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Cativando Maíra: a sobrevivência Avá-Canoeiro no alto rio Tocantins.

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Esta etnografia busca compreender as representações e práticas dos Avá-Canoeiro sobre um contexto de dominação específico. A situação histórica dos Avá-Canoeiro é abordada como uma situação extrema decorrente da implementação de um regime tutelar exercido para assegurar a sobrevivência dos Avá-Canoeiro enquanto uma etnia “em vias de extinção”. O trabalho inscreve-se assim em uma tradição de pesquisas etnográficas de casos particulares sobre o índio sob tutela. Seu objeto pode ser definido como os mecanismos de transformação dos Avá-Canoeiro em “índios” ou objetos do poder tutelar, bem como a acomodação dos Avá-Canoeiro a estes mecanismos e estes a eles. A tese traz uma revisão crítica da literatura antropológica recente sobre os Avá-Canoeiro, uma discussão teórica sobre a importância das relações de poder para a compreensão da vida social dos Avá-Canoeiro sob tutela, o histórico do contato, uma etnografia da cena tutelar, e considerações críticas sobre as noções paternalistas de tutela para os Avá-Canoeiro e a responsabilidade dos antropólogos diante das políticas indigenistas e das demandas políticas dos índios.