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Notícias do movimento indígena brasileiro: análise de conteúdo da produção da Apib e Coiab na pandemia da covid-19.

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Examina a expansão das atividades de comunicação das organizações do movimento indígena, nos últimos anos, como estratégia de luta pela sobrevivência e pelos direitos. Com a pandemia da covid-19, a vulnerabilidade desses povos fez com que a comunicação se tornasse ainda mais importante, tanto para informação das comunidades indígenas quanto dos não indígenas. A tese busca compreender como as organizações do movimento indígena se manifestam nas notícias que produzem, refletindo sobre a construção de diferentes conhecimentos nas relações interétnicas no Brasil. Analisa a importância da comunicação do e para o movimento indígena, suas temáticas e seus posicionamentos. Apresenta uma análise do conteúdo das notícias produzidas pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) e pela Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), publicadas nos sites das organizações, no primeiro ano da pandemia da covid-19, de abril de 2020 a março de 2021. Identificou, nas notícias estudadas, a valorização das fontes indígenas, que são a maioria nos textos, como também a valorização étnica de distintos povos. Quanto aos posicionamentos apresentados nos textos, destacaram-se as características de mobilização/movimentação dos indígenas na luta por direitos à saúde, meio ambiente e território, o que é característico do movimento desde a sua origem. Observou-se uma postura crítica em relação ao atual Governo Federal e suas instituições pelo descaso com a situação precária vivenciada pelos povos indígenas, durante a pandemia da covid-19, além da impunidade na condenação dos crimes pelo desmatamento, queimadas, garimpo e invasão de terras indígenas. Com relação à proteção ambiental, a conduta é de interdependência dos povos indígenas com a floresta. Pode-se considerar as manifestações nas notícias como problematizadoras, críticas e transformadoras. Concluiu-se que as diferentes narrativas propostas pelo movimento indígena podem contribuir para desconstruir os conhecimentos institucionalizados na relação com os povos indígenas e fortalecer a contextualização de diferentes realidades e conhecimentos sobre esses povos.