Neudo afirma que está lutando para reduzir preços de energia

Durante a palestra com os coronéis da Escola de Comando e Estado-Maior da Aeronáutica (Ecemar), o governador Neudo Campos (PPB) afirmou ontem que o Estado vai lutar para reduzir o preço ao consumidor da energia elétrica de Guri. Para isso, Neudo argumenta que o preço de cada megawatt tem uma diferença inferior muito grande, o que viabiliza a queda de tarifa para o consumidor.
"Os custos para o consumidor ainda serão uma batalha. Hoje custa 125 dólares um megawatt, e o preço da energia de Guri custará 26 dólares. Fiquei aborrecido com a manifestação da Bovesa (Boa Vista Energia), de que não haverá redução de preço para o consumidor. Quando mudar a geração de energia, o consumidor não vai perceber na sua lâmpada, ele tem que perceber é no bolso", disse.
A determinação do preço da energia vinda da Venezuela será feita pela Agencia Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Neudo disse que está em contato com o presidente da Agência, José Mário Ábidul, para que a redução do preço da tarifa venha a acontecer.
O anúncio do novo preço da tarifa poderá ser feito pelo presidente Fernando Henrique Cardoso quando for inaugurada a transmissão. A previsão para os primeiros testes do lado brasileiro é o dia 15 de julho. Ontem a Venezuela fez o teste naquele país (leia mais na página 5A).

CAPITULO RORAIMA LAVRADO retranca militares

FOLHA DE BOA VISTA, 13-07-01
Coronéis ouvem palestra para conhecer Roraima

Os 58 coronéis da Escola de Comando e Estado-Maior da Aeronáutica (Ecemar) que assistiram ontem à palestra do governador Neudo campos (PPB) estão em visita a vários estados. Eles vieram conhecer a realidade de Roraima como parte do trabalho realizado no curso de Política e Estratégia Aeroespaciais da Escola.
A comitiva já esteve em Porto Velho (RO), e ainda na tarde de ontem seguiu para Belém (PA). "Após a visita aos estados, será apresentado um levantamento ao Estado-Maior da Aeronáutica sobre a conjuntura do país, com base na explanação dos governadores", informou o coordenador da comitiva, coronel Cloves da Silva Moraes.
Os coronéis foram recebidos pelo governador Neudo Campos (PPB) no salão nobre do Palácio Senador Hélio Campos, por volta de 10 horas. Durante quase duas horas, Neudo fez um relato sobre a evolução do Estado, investimentos de seu governo e respondeu a questionamentos dos coronéis.
Com apresentação de imagens atuais de diversos pontos do Estado que passaram por melhorias, Neudo falou das dificuldades que Roraima já passou e das enfrentadas atualmente.
Destacou a situação da BR-174 antes do asfaltamento, fato que fazia os produtos chegarem para o consumidor com preços mais elevados, e também a construção da ponte sobre o rio Branco, em Caracaraí.
Apesar de comentar o problema causado pelas chuvas antes do asfalto, o governador não mencionou a situação atual da BR-174. Ele destacou apenas que, junto com a melhoria do acesso, ocorreram problemas na segurança da população, que antes não existiam.
"Tivemos assalto com estrutura que antes não acontecia", disse ao destacar o ocorrido no Banco do Brasil logo após a conclusão do asfalto, quando um gerente ficou refém dos bandidos.
Questionado sobre os principais problemas com a segurança, Neudo destacou a preocupação com esses assaltos. E disse que a criminalidade levou a viabilização da Escola de Formação de Policiais, depois de fazer contato com escolas de Quebec, no Canadá.
Os investimentos no setores da educação e da saúde também foram destacados pelo governador, mas ressaltou os problemas gerados por questões indígenas e fundiárias.
FUNAI
"A cada dia, a Funai (Fundação Nacional do Índio) apresenta nova reivindicação aumentando a área de pretensão", declarou Neudo, ao ressaltar que isso representa uma incerteza para os produtores e atrapalha o desenvolvimento.
Neudo criticou ainda a demarcação da reserva yanomami ocorrida no governo Collor de Mello, classificando de "tamanho exagerado". Sobre a questão Raposa Serra do Sol, disse ser necessário levar a discussão para o Congresso Nacional para ter maior participação da decisão do tamanho da área. "Concordo que o índio tenha sua terra, mas não um exagero. Boa Vista vai ficar sitiada", disse.
INCRA
Os assentamentos feitos pelo Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) foi alvo de crítica do governador, destacando o grande número de famílias que estão sendo postas no campo, vinda de outros estados. "O Governo Federal não tem nada que fazer assentamento no meu Estado. O Incra nem deveria existir", afirmou Neudo.
BASE
O coordenador da comitiva de coronéis que esteve ontem no estado, coronel Moraes, é o indicado para assumir o comando da Base Aérea de Boa Vista no final do ano, quando termina o mandato do atual comandante, coronel Mendes. "Fui indicado, mas ainda não existe nada oficial", informou o coronel Moraes.