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Índios vão ao Palácio do Planalto reivindicar melhorias na educação

FSP, Poder, p. A12
30 de Out de 2014

Índios vão ao Palácio do Planalto reivindicar melhorias na educação

AGUIRRE TALENTO
MARIANA HAUBERT
ALAN MARQUES
DE BRASÍLIA

Um grupo de cerca de 50 índios foi ao Palácio do Planalto nesta quarta-feira (29) entregar um documento com reivindicações sobre educação indígena e demarcação de terras. O grupo levava cartazes de protesto, mas não houve confusão.
Oito professores indígenas foram recebidos por Fernando Matos, diretor de diálogos sociais da Secretaria-Geral da Presidência. Dentre outras coisas, eles pediram que seja feita uma consulta aos povos indígenas para a construção da universidade indígena e pediram maior fiscalização no repasse de recursos do governo federal para as comunidades.
O líder Agnaldo Pataxó Hã Hã Hãe afirmou que a legislação atual é boa, mas não é cumprida. "Tem parentes nossos estudando debaixo de árvores, dentro de farinheiras, em situações deploráveis. Tem colegas nossos que recebem R$ 600 por mês, tem uns que não recebem nada. Além de tudo, estamos à mercê de muitos governadores e muitos municípios, quando a legislação é clara: é responsabilidade do governo federal responder pela educação indígena", disse.
Os índios estão em Brasília participando de um encontro nacional sobre educação indígena, organizado pelo Cimi (Conselho Indigenista Missionário), entidade ligada à Igreja Católica, e lançaram um manifesto explicando a situação atual do segmento. Há índios de todo o Brasil e de diferentes etnias, como guarani e ianomâmi.
No evento, eles discutiram os problemas da educação indígena, como o baixo número de docentes indígenas: 7.321, contra 7.968 não-índios, de acordo com dados do Ministério da Educação.
Segundo o manifesto do Cimi, os indígenas têm direito a uma escola específica e diferenciada, respaldada por um decreto presidencial (6.861/2009) que institui a organização da educação indígena.
"A afirmação 'não é uma escola diferenciada, apenas algumas disciplinas que inserem a cultura indígena', retirada de um depoimento, ilustra bem o quadro caótico em que se encontram as escolas indígenas, explicitando como ainda é difícil que as sociedades indígenas sejam respeitadas como detentoras de saberes e conhecimentos tão válidos como quaisquer outros produzidos em diferentes sociedades", diz o manifesto.
Eles também aproveitaram para pressionar por novas demarcações de terras indígenas, que foram suspensas na atual gestão Dilma Rousseff.

FSP, 30/10/2014, Poder, p. A12

http://www1.folha.uol.com.br/poder/2014/10/1540258-indios-vao-ao-palaci…

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