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CONSOLIDAÇÃO DA RETOMADA DO QUILOMBO LINHARINHO

Comunidade de Linharinho/informativo
25 de Jul de 2007

CONSOLIDAÇÃO DA RETOMADA DO QUILOMBO LINHARINHO
Está sendo vitoriosa a retomada do Território Quilombola de Linharinho, na Região do Sape do Norte, Espírito Santo. Área que foi invadida e tomada pelo monocultivo de eucalipto da Aracruz Celulose, multinacional que se diz a principal protagonista do desenvolvimento do Estado. Por mais de 40 anos a maior produtora mundial de celulose branqueada vem causando graves, e talvez irreversíveis, danos ao meio ambiente e ao saber tradicional existente no território ancestral dos quilombolas.

É com vontade de justiça e direito pela vida que as comunidades quilombolas do Sapê do Norte caminham para o terceiro dia da RETOMADA DO QUILOMBO LINHARINHO. Não se trata de um acampamento e sim da construção permanente do nosso QUILOMBO.

Desde o primeiro dia de mobilização os esforços estão sendo direcionados para o fortalecimento da identidade quilombola. No quilombo foi feita uma área de plantação de mudas nativas da mata atlântica, de plantas e ervas medicinais, uma cozinha comunitária, além de uma área de lazer para as crianças. A programação cultural está sendo realizada sob uma tenda de circo, onde ocorrem atividades tradicionais da comunidade como: cantigas, danças, jongo, rodas de historias e exibição de vídeos que têm como tema a resistência a este modelo de desenvolvimento predatório e destruidor.

O Quilombo Linharinho é a essência do fortalecimento da identidade quilombola, sendo o primeiro território de quilombo a ser homologado pelo INCRA no Espírito Santo, dentre mais de 2000 áreas já identificadas em todo o território nacional. Por isso a importância e os esforços dedicados nesta ação política.

No quilombo Linharinho a paisagem já é diferente. As nascentes estão sendo recuperadas e o Vale do Córrego do São Domingos já pode ser visto novamente, o que tem despertado as memórias e historias do nosso lugar.

É com uma enorme e incontrolável vontade de mudança da paisagem coberta pelo deserto verde provocado pelas plantações de eucalipto, da qualidade da água poluída pelos venenos aplicados nas plantações, dos espaços ocupados e do modo de viver tradicional, há muito impedido de ser vivido, que as Comunidades Quilombolas do Sapê do Norte se empenham e resistem, mais uma vez, no nosso seu território.

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