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Território dos “flutuantes”: resistência, terra indígena Mura e mineração de potássio em Autazes (AM).

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Os Mura habitam a região do rio Madeira desde pelo menos o século XVII, quando os colonizadores portugueses registraram a sua presença nessa região. Apesar de resistirem à invasão de seus territórios, desde então os Mura foram perseguidos até quase serem exterminados. Nas últimas décadas esse povo reergueu-se, mas as condições sociais que os levaram à beira do extermínio mantém-se na atualidade sob outras formas. Os processos de repressão social contra os Mura levaram a fragmentação de seu território, que está distribuído em onze municípios no Estado do Amazonas. Na atualidade, os Mura estão diante uma nova ameaça aos seus territórios proporcionada pela mineração de potássio no município de Autazes. A previsão de instalação de uma mina de potássio, de uma estrada e de um porto nas terras do povo Mura do lago do Soares e da vila de Urucurituba representa um novo risco para os territórios e para a vida do povo Mura dessas localidades. Diante dessa ameaça, os Mura exigem que o governo brasileiro e a mineradora Potássio do Brasil respeitem o seu direito à consulta livre, prévia e informada como prevê a Convenção 169 da OIT. Exigem, ainda, que a consulta ocorra segundo as regras estabelecidas no seu Protocolo de Consulta. Os Mura desenvolvem a sua territorialidade de diversas formas, com destaque para os “flutuantes”, tipo de casas que flutuam sobre as águas, e que nas últimas décadas deste século tem servido para promover a mobilidade no território dos Mura do lago do Soares.