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Da aldeia à alta gastronomia: a trajetória da Pimenta Baniwa, práticas de consumo e representação midiática.

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A dissertação estuda a trajetória da Pimenta Baniwa, um produto da culinária do povo indígena Baniwa, que se tornou conhecido e consumido em centros urbanos e em espaços de gastronomia brasileira, a partir de uma projeção midiática advinda da influência de chefs famosos. A Pimenta Baniwa é uma jiquitaia, um processado de várias pimentas do gênero capsicum ssp., que são desidratadas e piladas com sal. Esse produto é fruto do conhecimento tradicional da mulher baniwa cuja prática de cultivo, processamento e consumo se ancora na ancestralidade. Por isso, além do uso culinário, a pimenta também é consumida numa série de rituais para o corpo e para a alma. A partir de uma abordagem etnográfica que combina os estudos de consumo, de cultura material e de representações sociais, buscamos compreender como se estabelecem as conexões entre sujeitos e a Pimenta Baniwa, desde o cultivo, o processamento, a distribuição e o consumo do produto. Levantou-se que a Pimenta Baniwa representa a corporificação do trabalho baniwa que tem origens na ancestralidade e na história de luta e resistência indígena. Sendo fruto da reivindicação das mulheres baniwa, a iniciativa precisou organizar um complexo arranjo interinstitucional formado por atores não indígenas, dentre eles chefs famosos e a mídia, que contribuíram para que o produto se posicionasse no mercado de gastronomia.