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Valor de tarifa de usinas só sai após licença, diz governo

FSP, Dinheiro, p. B3
10 de Mai de 2007

Valor de tarifa de usinas só sai após licença, diz governo
Hidrelétricas do Madeira custariam R$ 10 bi adicionais

Marta Salomon
Humberto Medina
Da sucursal de Brasília

Independentemente do aumento do custo das usinas hidrelétricas do rio Madeira previsto pelo consórcio Furnas-Odebrecht -cerca de R$ 10 bilhões acima dos investimentos previstos pelo governo-, a estimativa de custo da tarifa de energia elétrica a ser gerada no empreendimento só será calculada após a emissão de licença ambiental, informou ontem a EPE (Empresa de Pesquisa Energética).
Vinculada ao Ministério de Minas e Energia, a empresa é responsável pelo cálculo da tarifa máxima a ser cobrada num dos principais empreendimentos de geração de energia previstos no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). Com base nesse teto, os interessados em disputar o leilão das duas usinas apresentarão os preços a serem repassados aos consumidores.
Ontem, o ministro Silas Rondeau (Minas e Energia) disse que qualquer estimativa que se faça sobre o custo das usinas é só "referência" para o leilão, que segue sem data marcada. Ele reagiu à diferença de quase R$ 10 bilhões entre os investimentos estimados pelo governo e o custo apresentado pelo consórcio Furnas-Odebrecht, responsável pelos estudos de impacto ambiental.
Além do custo adicional de eventuais medidas a serem propostas pelo Ibama para contornar danos ambientais, o cálculo da tarifa também levará em conta o custo estimado de construção das usinas, afirmou a EPE por meio da assessoria.
Segundo dados do consórcio enviados à Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), as usinas de Santo Antônio e Jirau custarão aproximadamente R$ 28 bilhões, se considerados a construção de eclusas, para permitir a navegação no rio, e o transporte da energia até a linha de transmissão.
Os números superam os R$ 18,4 bilhões de investimentos estimados no PAC para as duas usinas do rio Madeira, cuja entrada em operação, a partir de 2012, impediria crises no abastecimento de energia no país.
O consórcio reviu as estimativas de custo das usinas em documentos encaminhados à Aneel em junho de 2006.
A construção das usinas consumirá R$ 25,7 bilhões, em vez dos R$ 20 bilhões previstos. Considerados custos de outras obras a serem feitas pelo vencedor da licitação, o investimento subiria para R$ 28 bilhões.
"Aquilo [estimativa de orçamento] é um valor de referência. Preço de usina hidrelétrica no Brasil é dado por leilão", disse Rondeau, defensor do empreendimento. Ele disse que o governo ainda trabalha com a previsão de orçamento de R$ 18,4 bilhões -R$ 9,2 bilhões a cada usina.

FSP, 10/05/2007, Dinheiro, p. B3

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