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Três últimos anos foram os mais quentes já registrados

FSP, Ciência, p. B5
19 de Jan de 2018

Três últimos anos foram os mais quentes já registrados

DA AFP

Os três últimos anos foram os mais quentes registrados até hoje, e o ritmo do aquecimento global constatado durante este período foi "excepcional", advertiu a ONU nesta quinta-feira (18).
"Já foi confirmado que os anos 2015, 2016 e 2017, que se inscrevem claramente na tendência do aquecimento a longo prazo provocado pelo aumento das concentrações atmosféricas de gases de efeito estufa, são os três anos mais quentes registrados até agora", anunciou a Organização Meteorológica Mundial (OMM), uma agência especializada da ONU.
Sob o efeito de um potente El Niño -fenômeno que a cada período de entre três e sete anos afeta as temperaturas, as correntes marinhas e as precipitações-, 2016 se encontra no topo da lista, com 1,2oC mais que na época pré-industrial, enquanto 2017 alcançou o recorde de ano mais quente até a data sem que tivesse incidência do El Niño.
A ONU utiliza o período 1880-1900 como referência para as condições existentes na era pré-industrial.
Segundo os últimos dados, a OMM constatou que a temperatura média na superfície do globo em 2017 e 2015 ultrapassou em 1,1oC a da época pré-industrial.
Os especialistas indicam que não é possível desempatar estes dois anos, dado que a diferença de temperatura é inferior a um centésimo de grau, ou seja, menor que a margem de erro estatística.
Segundo o secretário-geral da OMM, o finlandês Petteri Taalas, "17 dos 18 anos mais quentes pertencem ao século 21, e o ritmo de aquecimento constatado nestes três últimos anos é excepcional".
"O último esteve particularmente marcado no Ártico, o que terá repercussões duradouras e de grande amplitude sobre o nível do mar e os regimes meteorológicos nas outras regiões do mundo."
"A temperatura recorde deveria atrair a atenção dos dirigentes mundiais, incluindo o presidente americano, [Donald] Trump, sobre a amplitude e a urgência dos riscos que as mudanças climáticas fazem a população sofrer, tanto ricos como pobres, no mundo", estimou Bob Ward, do Grantham Research Institute on Climate Change de Londres.
GRANDES CATÁSTROFES NATURAIS
Trump, cético sobre a realidade das mudanças climáticas, anunciou em 2017 a retirada dos Estados Unidos do Acordo de Paris sobre o clima, estimando que este destruirá empregos industriais.
Com o Acordo de Paris, em 2015, a comunidade internacional se comprometeu a limitar o aquecimento a 2oC.
"Com a tendência atual de aquecimento, pode-se prever que até 2060 ou 2070 se poderia alcançar esse limite", declarou à imprensa em Genebra Omar Baddour, coordenador científico na OMM.
Mas se não houver cortes nas emissões de gases de efeito estufa, este limite poderia ser alcançado muito antes.
O aquecimento global é apenas uma das consequências das mudanças climáticas. O calor de 2017 esteve acompanhado de várias catástrofes naturais.
"Foi o ano mais caro para os Estados Unidos em termos de catástrofes meteorológicas e climáticas, enquanto em outros países os ciclones tropicais, a seca e as inundações provocaram desaceleração e até mesmo regressão econômica", segundo Taalas.
A ONU utilizou particularmente dados oferecidos pela Agência Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (Noaa), da Nasa, do Centre Hadley do Serviço meteorológico britânico, do Centro Europeu para as Previsões Meteorológicas no Médio Prazo (CEPMMT) e do Serviço Meteorológico japonês.

FSP, 19/01/2018, Ciência, p. B5

http://www1.folha.uol.com.br/ambiente/2018/01/1951608-tres-ultimos-anos…

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