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Senado, desliga a motosserra

Greenpeace - http://www.greenpeace.org/
20 de Set de 2011

Maioria na Câmara dos Deputados, a bancada ruralista aprovou em maio, mesmo sem apoio da sociedade, o projeto que desfigura o Código Florestal. Agora o texto passa pelo Senado e o Greenpeace vai para oito capitais brasileiras para chamar a população a conhecer mais o assunto e mandar seu recado para os políticos desligarem a motosserra.

Ao longo de um mês, os voluntários do Greenpeace vão passar por Belo Horizonte, Brasília, Manaus, Porto Alegre, Recife, Rio, Salvador e São Paulo. Durante a estada nessas capitais, os voluntários da ONG participarão de palestras, entregarão folhetos explicativos e convidarão a todos a serem ativistas por um dia, tirando sua fotografia e enviando para a página do Greenpeace no Facebook.

Se o projeto de lei que altera o Código Florestal for aprovado do jeito que está hoje, o Congresso enterrará a possibilidade de o Brasil ser a primeira potência econômica e ambiental do mundo. "As mudanças propostas no Código Florestal vão contra os alertas das maiores instituições científicas do país: se for aprovado assim, quem sai perdendo é o próprio Brasil", afirma Tatiana de Carvalho, da campanha Amazônia do Greenpeace. "Ao abrir espaço para mais devastação do território nacional, o Congresso cava caminho para mais tragédias que vão afetar a vida de todos nós, como enchentes, deslizamentos e secas."

Uma pesquisa da Datafolha desse ano mostrou que pelo menos 79% dos brasileiros são contra a anistia a quem desmatou ilegalmente. É justamente esse um dos pilares da proposta em trâmite. O resultado dessas promessas já tiveram resultado prático no campo: depois de dois anos de queda acentuada, a taxa de desmatamento na Amazônia voltou a subir. O governo de Mato Grosso inclusive admite que a causa é a expectativa de perdão gerada pelo texto em discussão.

É um movimento ilegal e especulatório. A Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e a Academia Brasileira de Ciências (ABC) já mostraram, em estudo, que o país tem 61 milhões de hectares de terras que também poderiam ser usados para a produção de alimentos. Além disso, representantes da agricultura familiar - segundo o IBGE, os pequenos produtores são responsáveis por 75% dos alimentos que vão para a mesa dos brasileiros - também se colocaram publicamente contra o projeto de lei, argumentando que ele só beneficia o agronegócio.

"Os parlamentares são irresponsáveis ao aprovar um projeto que é criticado por tantos e distintos atores. Está muito claro que, caso o texto vire lei, inclusive a agricultura brasileira perde, pois ela depende da floresta, do solo saudável e da água para continuar forte", diz Tatiana. "Além disso, a Rio +20 está batendo à porta e, se a presidente Dilma não frear esse trator, ela terá de explicar ao mundo como deixou passar uma legislação que joga para o alto os compromissos brasileiros de reduzir suas emissões de gases-estufa."

http://www.greenpeace.org/brasil/pt/Noticias/Senado-desliga-a-motosserr…

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