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São Paulo cria guarda ambiental para proteger áreas de manancial

FSP, Cotidiano, p. C4
24 de Mar de 2007

São Paulo cria guarda ambiental para proteger áreas de manancial

Da reportagem local

A Prefeitura de São Paulo criou ontem a Guarda Ambiental, que irá atuar na área dos mananciais Guarapiranga e Billings, na zona sul da cidade. O objetivo principal é evitar novas invasões e prevenir crimes contra o meio ambiente.
Inicialmente, serão 96 guardas na função. Em abril, esse número passará para 200. Para fiscalizar a região, os guardas terão 12 carros e 24 motos, que serão divididos entre as subprefeituras da área (Capela do Socorro, M" Boi Mirim, Cidade Ademar e Parelheiros).
Os guardas também receberão treinamento de 80 horas sobre flora, fauna, caça e uso da água na área dos mananciais. As aulas ficarão a cargo da Polícia Militar Ambiental e da Secretaria do Verde e do Meio Ambiente. A criação da guarda ambiental faz parte de uma operação da prefeitura chamada "Defesa das Águas".
Guardas civis metropolitanos ouvidos pela Folha anteontem reclamam da falta de infra-estrutura na base localizada em Parelheiros, na Área de Proteção Ambiental Capivari-Monos. No total, 59 guardas ficavam nesse posto da GCM. Segundo eles, o trabalho, que chegou a ser feita com o auxílio de oito veículos, hoje é realizado apenas com um.
O prefeito Gilberto Kassab (PFL) afirmou que concordava com as observações dos guardas e que, por isso, estava fazendo "ações para ir atrás do prejuízo". "Isso mostra o acerto de criar a guarda ambiental. Infelizmente, com 15 anos de atraso. Eu lamento muito que as administrações anteriores não identificaram esse problema na cidade de São Paulo, não priorizaram ações em defesa do meio ambiente, em especial na Guarapiranga", disse.
Para conscientizar a população e evitar que as pessoas sejam enganadas ao comprar terrenos na região, a prefeitura iniciou a colocação de 120 placas para informar quais são as áreas de preservação onde não se pode construir. A prefeitura comprou também um sistema de fotos por satélite de alta definição, ao custo de R$ 210 mil, para poder avaliar melhor as invasões.

Remoção
Kassab negou que 30 mil pessoas serão removidas da área da Guarapiranga -número de pessoas em áreas consideradas de risco ou de preservação divulgado pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente. Ele afirmou que será feito um levantamento para verificar quantas famílias precisarão sair do local e quantas podem ter a situação regularizada.

Lei para a Guarapiranga
Também ontem foi publicado ontem no Diário Oficial do Estado a regulamentação da lei da Guarapiranga -que estabelece critérios para a regularização de ocupações e instalação de rede de esgoto em moradias hoje sem saneamento na bacia.
A lei anterior, elaborada genericamente para todas as áreas de proteção aos mananciais, não permitia a implementação de infra-estrutura nesses locais (teoricamente, eles não deveriam ser ocupados).
A lei específica da Guarapiranga havia sido sancionada em janeiro do ano passado e até agora aguardava a regulamentação. "A nova lei revogou a anterior e, como não tinha a regulamentação, estávamos no limbo absoluto. Houve uma certa paralisia, ninguém sabia o que fazer, nem os órgãos públicos como o Dusm [Departamento do Uso do Solo Metropolitano] nem os empreendedores", disse o secretário estadual Xico Graziano (Meio Ambiente). "Isso destrava o processo, deixa o jogo claro -ou melhor, deixa jogar", afirmou.

FSP, 24/03/2007, Cotidiano, p. C4

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