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Rio Madeira volta a subir e isola Acre do resto do país

O Globo, País, p. 4
04 de Mar de 2014

Rio Madeira volta a subir e isola Acre do resto do país
Cheia recorde interditou trecho da BR-364 que liga estado a Rondônia

O trecho da BR-364 entre Rio Branco (AC) e Porto Velho (RO), única ligação por terra do Acre com o resto do Brasil, foi novamente fechado na manhã de ontem, quando o nível do Rio Madeira atingiu a marca histórica de 18,72 metros, devido às chuvas, alagando a rodovia e deixando o estado isolado. Diante da situação de emergência, o governador do Acre, Tião Viana (PT), reuniu-se com sua equipe para discutir ações que ajudem a evitar o desabastecimento do estado.

Em contato com a Casa Civil da Presidência da República, o governador reforçou a importância do apoio das aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB) para abastecer o Acre. Só no último sábado, a FAB levou 26 toneladas de comidas e medicamentos à capital acriana.

O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) e a Polícia Rodoviária Federal de Rondônia (PRF-RO) decidiram manter interditada parcialmente a passagem de veículos na BR por questão de segurança. O tráfego na rodovia é monitorado por policiais rodoviários federais, que permitem a passagem de apenas 20 Caminhões por hora. Para isso, foram feitas adaptações mecânicas nos Caminhões, para não fundir os motores.

PREJUÍZO DE R$ 330 MILHÕES
Em uma das áreas afetadas, na região de Velha Mutum, uma lâmina d'água de cerca de 75 centímetros cobre parte da BR-364, impedindo que carros baixos cruzem a rodovia. Segundo o tenente- coronel Demargli da Costa Farias, da Defesa Civil, como a lâmina d'água está em oscilação constante, é necessário interditar e fazer a análise das condições da BR para evitar possíveis acidentes.

- Tem horas que está em 75 centímetros, mas às vezes chega a 80, por isso é preciso ver como está a rodovia para continuar permitindo ou não a passagem dos Caminhões mais altos.

Com o nível da água elevado, o Acre voltou a ficar isolado do resto do país, e o desabastecimento é um perigo iminente. Além da ajuda dos aviões da FAB, Caminhões do Exército também transportaram para o estado 60 toneladas de farinha de trigo durante o fim de semana, produto que já estava com estoque reduzido no local.

O Exército também disponibilizou quatro veículos, todos com suspensão elevada, para transportar cargas nos trechos da BR-364 atingidos pelas águas do Rio Madeira. Cada um tem capacidade para transportar até 15 toneladas.

Há uma semana, o prefeito de Porto Velho, Mauro Nazif, já havia decretado estado de calamidade pública e aguarda reconhecimento da Secretaria Nacional de Defesa Civil.

A cheia recorde já ultrapassa em mais de um metro o último registro de enchente com graves consequências, em 1997, quando o Rio Madeira chegou a 17,52 metros. Segundo a Defesa Civil, mais de duas mil famílias estão desalojadas na capital e em 14 distritos atingidos pela cheia. Durante a assinatura do decreto, Nazif disse que o prejuízo estimado já chega a R$ 330 milhões, incluídos danos a prédios públicos, à iniciativa privada e a questões relacionadas ao meio ambiente. (Com G1) l

O Globo, 04/03/2014, País, p. 4

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