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Quem manda na Amazônia?

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Autor: Rui Nogueira
16 de Jan de 2009

Já era tempo de se discutir a Amazônia. Pena que esta abertura esteja direcionada para meia dúzia de frases ,freqüentemente repetidas, mais com a conotação de propaganda ,do que no sentido de avaliar o que
realmente está acontecendo. Há coisas notórias: a Amazônia é rica, está despovoada, é objeto de muita ambição estrangeira e das transnacionais, está infestada de ONGs com ligações internacionais e falsos cristãos, santos do pau-oco ou geólogos disfarçados com bíblias. Há polarizações na história das demarcações, contínua ou descontínua; na questão delas afetarem ou não a nossa soberania e muita centralização sobre a Raposa Terra do Sol, sem lembrarem que a Amazônia está toda retalhada e demarcada com áreas gigantescas como a do rio Javari que tem mais de oito milhões de hectares para 3600 índios (vacinação da FUNAI). É nítido que toda a divulgação sobre reservas, demarcações, preservação de etnias, área para sobrevivência têm uma unidade e um direcionamento que não tem permitido maior aprofundamento nas questões nem quais os fundamentos para as ações divulgadas. O que haverá por trás de toda essa historia de demarcação? Falam de ONGs com interesse estrangeiro. A CPI do Senado, sobre o assunto, demonstrou que há necessidade de se rever esta história das ONGs na Amazônia. Mas será que todo o reboliço sobre o assunto seja só por causa das ONGs? Observamos, então, a dinâmica, a facilidade, com que líderes indígenas circulam na Europa para estar com governantes ou de braços com cantor popular. Por quê? Tudo começa com o G7, os sete
países mais industrializados do mundo, que têm consciência de que minério é o bem essencial pra a indústria e ficaram de olho na região mais rica do planeta. O G-7 criou um projeto piloto para proteger as florestas tropicais e isto se desdobrou no PPG- 7, um projeto piloto de proteção das florestas tropicais brasileiras. É inatacável se desejar proteger florestas, pois representam preservar um futuro, aos olhos da população. As florestas representam água, biodiversidade e estão sobre subsolos riquíssimos. Sob a alegação de proteção de florestas tropicais brasileiras e sob a capa de cooperação técnica e
colaboração para o desenvolvimento convenceram o Governo brasileiro a criar o PPTAL , que é o principal projeto da FUNAI/Ministério da Justiça – Projeto Integrado de Proteção das Populações e Terras Indígenas da Amazônia Legal. Agora, pasmem os brasileiros!A FUNAI criou um cartaz em que divulga quais são os gestores, controladores, financiadores do projeto para toda à Amazônia LEGAL, metade de todo o nosso território. Eis a lista: KfW, Banco Mundial, Ministério Federal de Educação e Pesquisa da Alemanha, PENUD, GTZ. KFW é o Banco de Reconstrução da Alemanha. O Banco Mundial, sob a capa de interessado em incentivar o desenvolvimento das populações carentes, tem regimento que o direciona para incentivar a iniciativa privada em vários locais do mundo e participa da sociedade das concessionárias que assumem as estatais privatizadas. Há relato, em Fórum Livre Internacional , de que todo o vale do Amazonas foi dado como garantia para os créditos de financiamentos a partir da construção de Brasília. O PENUD é o Projeto das Nações Unidas para o Desenvolvimento, que reúne professores, técnicos, e estudiosos capazes de elaborar trabalhos que podem
oferecer bases doutrinárias para atender aos planos do G-7. O GTZ é uma empresa de direito privado cujo principal emissor é o governo alemão e que é ligada ao Ministério Federal de Cooperação e Desenvolvimento da Alemanha. GTZ tem um escritório em Brasília e salas na sede da FUNAI de onde , efetivamente, controla, fiscaliza, planeja e executa todas as atividades de demarcações das áreas indígenas com o PPTAL. Eis a dura realidade! Todas as atividades da proteção das populações de terras indígenas da Amazônia legal são absolutamente controladas, de dentro da FUNAI, por ministérios estrangeiros e o Banco Mundial. Poderão dizer que a FUNAI está presente. Isto em realidade é figurativo, pois todos os funcionários que são contratados têm sua admissão por encaminhamento de uma empresa privada, em todas as 62 regionais. As atividades de saúde entregues à Funasa foram terceirizadas para ONGs com ligações com o exterior (CPI das ONGs do Senado Federal). A educação indígena está com ONGs e organizações religiosas, infelizmente, algumas em versão moderna de santo do pau-oco, ou então, portam a Bíblia para disfarçar a formação de geólogo. Categoricamente há o estrangeirar da Administração Pública. Um absurdo inaceitável, surrealismo, total
desprezo pelas construções refletidas, ausência dos encadeamentos lógicos, descalabro, ameaça de grandes perdas para a Nação Brasileira por culpa dos que têm que zelar pelo bem público, mas não o fazem como deviam. Alerta brasileiros! Resistir é preciso. * Médico , pesquisador e escritor - rui.sol@ambr.com.br

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