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ONGs alertam para piora da situação no 2o semestre

Valor Econômico, Política, p. A7
Autor: CHIARETTI, Daniela
25 de Jun de 2021

ONGs alertam para piora da situação no 2o semestre
Observatório do Clima aponta alta do desmatamento, queimadas na Amazônia e o que está em pauta no Congresso

Por Daniela Chiaretti - De São Paulo 25/06/2021

"Poderemos ter um segundo semestre do fim do mundo para a área ambiental", resume Marcio Astrini, secretário-executivo do Observatório do Clima, rede com 68 organizações não governamentais com temática voltada à crise climática. Ele refere-se à alta do desmatamento, aos meses de queimadas na Amazônia e ao que está em pauta no Congresso.

Astrini anda com uma lista à mão. O primeiro item é a ofensiva contra direitos indígenas, na votação do PL 490 que altera as regras de demarcação e passou pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). O texto principal do projeto de lei é considerado "a maior ameaça a direitos indígenas em décadas", segundo nota do Instituto SocioAmbiental (ISA). Há também a revisão de terras já demarcadas e outro projeto que abre os territórios indígenas para garimpo e mineração.

Também estão em pauta rever unidades de conservação existentes e a extinção do ICMBio.

Outro flanco é o da regulação, com flexibilização do licenciamento e a proposta de regularização fundiária, que os ambientalistas batizam de "PL da grilagem.

"Enquanto Jair Bolsonaro estiver no cargo, com aliados como Arthur Lira para passar a boiada no Congresso, o meio ambiente e os povos indígenas não terão um dia sequer de paz", diz a nota de repercussão do OC com as mudanças no Ministério do Meio Ambiente. "Seguiremos sendo um pária internacional e um risco climático planetário".

"O agora ex-antiministro do Meio Ambiente deixa um legado sombrio: dois anos de desmatamento em alta, dois recordes sucessivos de queimadas na Amazônia, 26% do Pantanal carbonizado, omissão diante do maior derramamento de óleo da história do Brasil, emissões de carbono em alta e a imagem internacional do país na lama. Para não dizer que só destruiu tudo, Salles acrescentou uma expressão ao léxico do português brasileiro: "boiada", como sinônimo de destruição ambiental", segue a nota do OC à imprensa.

"Trocar seis por meia dúzia não trará alívio ao país. O nome anunciado para a substituição de Ricardo Salles é Joaquim Álvaro Pereira Leite, com quem trabalhou por anos na Sociedade Rural Brasileira", diz a nota do WWF Brasil. "O b de boiada não é de Ricardo Salles. É do governo Bolsonaro", segue o comunicado.

Para o Instituto Clima e Sociedade (iCS), o novo ministro Joaquim Leite "sinaliza continuidade, mas torcemos para nos surpreender", diz um post no Twitter.

Valor Econômico, 25/06/2021, Política, p. A7

https://valor.globo.com/politica/noticia/2021/06/25/ongs-alertam-para-p…

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