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Índios não querem deixar Paulinho Paiakan se entregar

Jornal do Brasil -Rio de Janeiro RJ
28 de Fev de 2002

Os índios caiapós, que vivem na aldeia Aukre, no município de Redenção (PA), decidiram não permitir que o cacique Paulinho Paiakan se entregue à Justiça para cumprir seis anos de prisão em regime fechado, conforme decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). Ele foi condenado a seis anos de prisão pelo estupro da estudante Sílvia Letícia Ferreira, em 1992.

Paiakan estava disposto a se entregar amanhã, mas a irredutibilidade dos guerreiros de sua aldeia fez com que pedisse mais tempo para negociar com eles a rendição. A Fundação Nacional do Índio (Funai) também defende que o cacique cumpra a pena dentro da aldeia, em liberdade condicional.

De acordo com líderes caiapós, embora Paiakan tenha cometido um crime, segundo as leis "brancas", sua prisão representaria uma "desmoralização" para a tribo e exporia ainda mais a comunidade indígena a leis estranhas a sua cultura. Os guerreiros caiapós acreditam que a Polícia Federal não vai tentar prender o cacique, porque, nesse caso, haveria guerra.

O advogado da Funai, João Fulo, esteve em Redenção para se reunir com os caciques da aldeia e negou que Paiakan irá se entregar à Polícia Federal. Não é verdade que Paiakan vai se entregar. A Funai defende que ele cumpra sua pena dentro de área indígena. Ele não pode ser julgado por uma lei que não é a dos índios. É um absurdo tirá-lo de seu habitat natural para um presídio", argumentou o advogado.

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