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Ibama aprova megaporto no sul da Bahia

FSP, Mercado, p. B3
17 de Nov de 2012

Ibama aprova megaporto no sul da Bahia
Criticado por ambientalistas e moradores, projeto de R$ 3,5 bilhões prevê dois terminais

O Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente) concedeu licença prévia para a construção do controverso Porto Sul, em Ilhéus, no sul da Bahia.
Muito criticado por ambientalistas e moradores locais, o projeto contempla a construção de dois terminais -um público e outro privado, para escoar a produção da mineradora Bamin (Bahia Mineração)- e um porto em alto-mar, distante 3,5 km da costa do Estado.
O complexo, orçado em R$ 3,5 bilhões, será a parada final da ferrovia Oeste-Leste, que partirá de Figueirópolis (TO). Em construção pelo governo federal por meio do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), a ferrovia servirá à exportação de produtos agrícolas e, principalmente, minério de ferro.
Segundo informações do jornal "Valor Econômico", o órgão ambiental impôs ao governo baiano e à Bamin o atendimento a 19 ações compensatórias, além da implantação de 34 programas ambientais, para liberar a licença prévia.
Condições
Ainda segundo o jornal, entre as medidas condicionantes estão projetos como o tratamento de resíduos sólidos, o incentivo à atividade pesqueira, a proteção à fauna terrestre e até um programa de prevenção à exploração sexual na região.
Parte das exigências deverão ser implementadas imediatamente, diz a matéria, e o início efetivo das obras depende agora da comprovação de atendimento às condicionantes.
De acordo com o "Valor Econômico", o governo mudou o local de instalação do Porto Sul de Ponta da Tulha para Aritaguá, com objetivo de reduzir o impacto ambiental e assim conseguir a licença. As informações foram confirmadas pela assessoria do Ibama.

Setor turístico prevê impacto econômico positivo de obra

Fábio Guibu

O presidente da Câmara Empresarial de Turismo da Bahia, Cícero Sena, avalia que a construção do Porto Sul, em Ilhéus, terá um "impacto positivo" na economia, sem que haja comprometimento do ambiente.
"Não são coisas incompatíveis", disse ele. "A área empresarial turística vai interagir muito bem com a dos portos, sem interferir ou comprometer nada", afirmou.
"A região está muito bem protegida, com várias APAs (Áreas de Proteção Ambiental). Há uma proteção natural ali", declarou. "Nenhum ecossistema será afetado."
Segundo Sena, que já presidiu a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis, além de integrar o sudeste baiano ao litoral, o porto beneficiará principalmente a região afetada pelo declínio do cacau, atingido por pragas nos últimos anos. "Houve uma migração muito intensa na área e se criou um vazio demográfico, devido à saída de pessoas que foram buscar trabalho em outras cidades."
Para ele, o complexo industrial e portuário de Suape, em Pernambuco, é um exemplo de como os empreendimentos podem conviver de "forma harmônica". "É um um dos maiores portos do Brasil e convive com a área de resorts de Porto de Galinhas e outros da região", afirmou.
Sena defende agilidade do Ibama na concessão da autorização definitiva para o novo porto. E diz que o órgão precisa ainda autorizar a construção de um novo aeroporto em Ilhéus. "O aeroporto que existe hoje é considerado extremamente complicado para decolagens e aterrissagens, pela pequena dimensão da pista", afirmou.

FSP, 17/11/2012, Mercado, p. B3

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mercado/78410-ibama-aprova-megaporto-n…

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mercado/78411-setor-turistico-preve-im…

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