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Fórum discute energia de Urucu

Diário da Amazônia-Porto Velho-RO
07 de Dez de 2001

Representantes de Organizações não Governamentais (Ongs), Sindicato dos Urbanitários (Sindur-RO), professores universitários, organizações sociais, representantes da igreja e do governo do Estado discutiram na última segunda-feira, a viabilidade do gasoduto Urucú-Porto Velho. Conforme explicou o professor da Unir, Artur Moret um dos integrantes do "Fórum de discussão de energia de Rondônia" que promoveu o seminário, a temática central é a abordagem dos pontos de estrangulamento do gasoduto com ênfase para os impactos ambientais. Para Moret, é preciso levar a discussão para a comunidade de forma a instrumentalizar os representantes dos mais diversos setores da sociedade civil organizada "de forma que possamos não só participar das discussões como também intervir nos empreendimentos do Estado de interesse da sociedade". O Fórum defende a adoção de Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs), utilização de resíduos agrícolas e conservação de energia como alternativas socialmente mais atrativas e de menor impacto ambiental para contrapor-se ao gasoduto. Segundo o professor, a opção por estas alternativas é uma forma de descentralizar a geração de energia além de trazer benefícios como a geração de empregos em cada localidade geradora de energia, impulsionando diretamente o crescimento econômico do local. "Se temos estas variedades de geração de energia distribuídos em vários municípios quebramos com o modelo centralizador adotado no País e o segmento industrial que se encontra espalhado por todo o Estado, será melhor atendido pela proximidade com a fonte geradora de energia". Moret citou o caso de Vilhena, que vem se firmando como uma área de plantio de soja, em que poderia ser utilizado o bagaço e o próprio óleo de soja para gerar energia. "Quando defendemos que estas alternativas são socialmente mais atrativas, queremos dizer que a geração de emprego provocado por estas formas diversificadas de energia passam a ser permanente e não temporário como no modelo centralizador que emprega uma elevada mão-de-obra mas apenas durante a construção do empreendimento". O gás natural, ao contrário do que se imagina, emite gases que proporcionam o efeito estufa - resultante dos elementos químicos que compõem o gás-, provocando elevação na temperatura da terra, conforme explicou Moret ao afirmar ser incoerente defender desenvolvimento sustentável, sem a utilização de alternativas energéticas que não provoquem efeito estufa. Dizendo ser procedente a discussão, o secretário de Meio Ambiente, José Ribamar de Oliveira considerou como "tardio a realização do seminário" mesmo considerando que ainda haja tempo para os questionamentos, tendo em vista a realização de audiência pública sobre o Estudo de Impacto Ambiental (EIA/RIMA) deve acontecer nos próximos dias. Defensor do gasoduto, ele acredita que "os danos ambientais ocorrido no passado servirão para evitar que os mesmos erros sejam cometidos" e defende o projeto como melhor alternativa para Rondônia.

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