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Comunidade Yanomami pede a ajuda da chanceler alemã Angela Merkel

AFP
31 de Dez de 2007

BERLIM (AFP) - A comunidade Yanomami da Amazônia brasileira fez um apelo à chanceler alemã Angela Merkel, que se declara defensora do meio ambiente e dos direitos humanos, para que seja ratificada a convenção da OIT sobre a proteção dos povos indígenas.

O porta-voz dos Yanomami, o xamã Davi Kopenawa, lamentou a falta de apoio internacional a sua tribo, em entrevista que será publicada nesta segunda-feira pelo jornal alemão Neue Osnabrucke Zeitung. "Peço a Angela Merkel, aos políticos da Alemanha e aos outros chefes de Governo da Europa a assinar a convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que protege os povos indígenas em nível mundial", afirmou.

A convenção 169, que entrou em vigor em 1991, reconhece a noção de "povos autóctones" e é o único instrumento jurídico existente com caráter obrigatório para a proteção dos povos indígenas e tribais, mas apenas 15 Estados a ratificaram, principalmente os sul-americanos.

Na Europa foi assinada pela Espanha, Noruega e Dinamarca. "O céu está escuro e cheio de fumaça porque os brancos queimam a selva. O verão passado foi quente, como nunca foi antes. Estamos muito preocupados porque o fogo mata todos os animais, os pássaros da selva, e nós, os humanos", declarou Kopenawa.

Trinta mil garimpeiros invadiram o território dos Yanomami nos 1980 levando doenças para os indígenas, denunciou ainda. "Atualmente temos malária, tuberculose, sarampo e as doenças sexualmente transmissíveis como gonorréia e sífilis e, inclusive, câncer", lamentou o xamã. "Os garimpeiros sujam nossos rios com mercúrio", disse ainda.

Os Yanomami formam um dos principais povos das selvas amazônicas do Brasil e da Venezuela. Seriam 25.000, repartidos entre uma margem e a outra do rio Orinoco, e vivem da caça, da pesca e dos cultivos.

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