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Assembleia Geral da ONU debate biodiversidade

WWF - www.wwf.org.br
Autor: Ligia Paes de Barros
27 de Set de 2010

No dia 22 de setembro, em Nova York, aconteceu a sessão especial sobre biodiversidade da Reunião de Alto Nível da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU). O evento, realizado em homenagem ao Ano Internacional da Biodiversidade, contou com a presença de chefes de Estado e ministros de países ao redor do mundo.

Durante a Reunião, foram realizados painéis temáticos com o intuito de debater os três objetivos da Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB) - a conservação da biodiversidade, o uso sustentável de seus componentes e a distribuição equitativa e justa dos benefícios advindos da utilização dos recursos genéticos - e chegar com discussões mais avançadas sobre os temas em Nagoia, no Japão, onde acontecerá a 10ª Conferencia das Partes (COP 10) da CDB.

Na abertura da sessão, o secretário geral da ONU, Ban-Ki-moon, pediu aos líderes mundiais comprometimento para reverter a taxa de perda de biodiversidade no mundo. Para Ban-Ki-Moon, a conservação da biodiversidade não garante apenas parte do cumprimento dos objetivos do milênio, estabelecidos pela ONU, como também possibilita um ganho econômico de trilhões de dólares.

"Precisamos parar de pensar em proteção ambiental como um custo. É um investimento que anda junto com outros investimentos que vocês, chefes de Estado e governos, devem fazer para consolidar o crescimento econômico e o bem estar da população em seus países", afirmou o secretário-geral.

Também durante a sessão, o presidente da Assembleia Geral da ONU, Joseph Deiss, apontou que esperava que as negociações da Reunião contribuíssem para o alcance de um plano estratégico da CDB ambicioso e viável durante as negociações no Japão. Para Deiss, a conservação da biodiversidade está diretamente atrelada à redução da pobreza e à melhoria de segurança e saúde para essa e futuras gerações. "Conservar a biodiversidade não é um luxo, é um dever", afirmou o presidente.

O Brasil na Reunião

A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, esteve na reunião e falou da necessidade do mundo chegar a um acordo na COP 10/CDB em Nagóia. Para a ministra, um plano estratégico ambicioso para o período de 2011 a 2020, o protocolo de acesso e repartição de benefícios dos recursos genéticos e uma estratégia de mobilização de recursos constituem um "pacote indivisível" para a COP. "E devem ser considerados, discutidos e negociados com a atenção e urgência que o assunto merece", afirmou.

A necessidade de uma agenda nacional nos países para apoiar a implementação do plano estratégico da CBD e a criação da Plataforma Intergovernamental sobre Biodiversidade e Serviços dos Ecossistemas (IPBES) foram outros pontos ressaltados pela ministra durante a Reunião. Segundo Teixeira, a criação da IPBES é fundamental para que a comunidade internacional compreenda a importância de se tomar ações imediatas contra a perda de biodiversidade.

Para Cláudio Maretti, superintendente de conservação do WWF-Brasil, o Brasil tem um papel essencial durante a COP 10/CDB que é de cobrança e liderança para conseguir o compromisso dos países em um Plano Estratégico ambicioso. "Os bons exemplos de redução de desmatamento e de criação e implementação de unidades de conservação permitem ao Brasil cobrar dos outros países que eles também façam a sua parte para conservar a biodiversidade mundial", apontou.

De acordo com o superintendente, ainda há muito a ser feito no Brasil e é preciso acima de tudo que diversos setores da sociedade se engajem e contribuam para a conservação do meio ambiente. "O Brasil precisa fazer uma escolha entre a velha e a nova economia. A velha economia é aquela do desenvolvimento a qualquer custo, que é uma visão ultrapassada. A nova economia é a economia do futuro, aquela que percebe o valor inclusive econômico da biodiversidade e usa isso em seu favor".

http://www.wwf.org.br/informacoes/noticias_meio_ambiente_e_natureza/?26…

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