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Caixa de Pandora: estilo alto-rio-negrino.

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O autor propõe que o estilo relativamente uniforme da vestimenta cerimonial masculina, compartilhado pelos povos Tukano Oriental e Arawak do Alto Rio Negro, é uma das facetas de um sistema ritual que dá coerência ao sistema social regional. Partindo de dados de grupos Tukano Oriental, analisa a ornamentação corporal de perspectivas diferentes, mas inter-relacionadas: adornos como bens herdados personificados e objetos de valor relacionados a diferenças em termos de poder e status e que entram em formas restritas de troca – caixas de enfeites como operadores cosmológicos mediando tempos ancestral e humano; enfeites como aspectos de personhood e selfhood ligados à autoapresentação e auto-ornamentação; a relação complementar entre os enfeites e a pintura corporal; as conotações indexicais e simbólicas de cores e materiais; as ligações entre ornamentação e dança, e entre política e estética. Tendo como contrapartida teórica a discussão sobre a auto-ornamentação na Melanésia, argumenta que lá, onde objetos de valor que enfeitam o corpo e que participam de trocas rituais são também sujeitos de comentários simbólicos esotéricos, a análise política, econômica e cosmológica não pode ser deixada em segundo plano.