VOLTAR

Projeto vai recuperar áreas degradadas

Folha de Boa Vista-Boa Vista-RR
23 de Mai de 2003

Se a erosão não for controlada, poderá comprometer fornecimento de energia

A Regional de Transmissão da Eletronorte, lançará em Roraima no dia 27, o Programa de Recuperação de Áreas Degradas (Prad). O evento será às 9 horas, no auditório do Sest/Senat, na avenida Princesa Isabel, bairro Jardim Floresta.

O Prad é um projeto piloto em Roraima, com o objetivo de recuperar as áreas degradadas e formar multiplicadores para desenvolverem uma consciência ecológica nas comunidades que moram, ao longo da linha de transmissão de Guri, entre Brasil-Venezuela, na BR-174.

O plano de recuperação começou a ser executado na segunda quinzena de abril e o término está previsto para o início do verão. O programa está orçado em R$ 685 mil. Esse valor é destinado a recuperar as áreas do lavrado, área indígena e a do Exército, que compreendem as faixas de servidão e vias de acesso e serviço.

Segundo o coordenador do Prad, Marcelo Alves, atualmente as áreas estão com processo avançado de erosão, devido à construção das torres das linhas de transmissão. É que na época da implantação das torres, a empreiteira contratada pela Eletronorte e responsável, inclusive, pela questão ambiental, não cumpriu algumas cláusulas.

A empresa abandonou o serviço antes dele ser concluído. O não cumprimento das cláusulas foi que contribuiu para o dano ambiental. "O Prad resgata a credibilidade, o compromisso e a responsabilidade social que a Eletronorte tem com toda a sociedade roraimense, uma vez que a erosão poderá no futuro comprometer o fornecimento de energia", disse Alves.

"A durabilidade da obra é confiável. Só haverá problema se alguém danificá-la", complementou o coordenador, ao ressaltar que hoje o solo está necessitando urgentemente de reparos. Após a conclusão, Marcelo Alves assegura que não haverá mais erosão.

Para evitar que haja danos e a proteção seja mais segura, todas as áreas recuperadas serão cercadas com estacas e arames farpados. Além disso, para que não ocorram descargas elétricas, uma vez que as condições climáticas mais o material utilizado, como o arame farpado, são condutores dessas descargas, será providenciado o aterramento dos arames.

MATERIAL - A obra de engenharia compreende o controle de voçorocas, diques de contenção, barragens de retenção, bacias de deposição, aterro e reaterro de erosões, além de canaletas de drenagens, muro de arrimo, murundus e curvas de níveis. Os materiais utilizados nesse processo são piçarras, pedras, seixos, areia e cimento, mais os equipamentos específicos para cada situação.

Na revegetação, que é a recomposição da capa vegetal do solo onde o processo erosivo está avançado, está sendo usada a técnica de sacos de aniagem, reposição de solos vegetais, transplantio de arbóreas arbustivas nativas e plantios de gramíneas e leguminosas.

"O trabalho é tão planejado e tem como finalidade respeitar a cultura de cada comunidade, que a Eletronorte está atendendo a exigência das lideranças indígenas", observou o coordenador.

A comunidade de São Marcos pediu que naquela região sejam utilizadas sementes específicas para que o solo e a vegetação continuem com as particulares comuns da área.

O pedido surgiu porque antes do programa ser desenvolvido a Eletronorte, junto com os técnicos da comunidade de São Marcos, realizaram um estudo minucioso da vegetação.

COMPOSTAGEM - A compostagem, que também faz parte do material, é confeccionado e aplicado nas áreas de recuperação. Esse composto é feito de matéria orgânica, solo vegetal e matéria seca, como palha da própria região.

Além disso, são utilizados adubo químico, calcário dolomítico e micros nutrientes na dosagem adequada para a técnica de recuperação com sacos de aniagem. "Esse material entra em decomposição rápida quando são aplicados nas áreas a serem recuperadas. Ele é um instrumento biodegradável e de fixação rápida", explicou Alves.

Os elementos da compostagem são misturados de acordo com a área a ser recuperada. Por exemplo, nas áreas do lavrado e Exército são usados adubos orgânicos, solo vegetal e palhas secas, sendo as palhas do pé de arroz e de andropogom - forrageira utilizada para consumo animal.

Enquanto que na área indígena a composição é feita de solo vegetal, adubo orgânico e químico, mais a palha da cana do arroz. Conforme explicou, a palha do pé de arroz evitará contaminação com sementes exóticas de outras áreas.

A usina de compostagem foi cedida pela Codesaima (Companhia de Desenvolvimento de Roraima). Nesse galpão, além de ser feita a mistura para os sacos de aniagem, a coordenação aproveita o local para armazenar o material.

EMPREGO - Marcelo Alves afirmou que o Prad é um programa que prioriza o compromisso e a responsabilidade social que a Eletronorte tem com o meio ambiente e a sociedade, por isso o programa está gerando empregos diretos e indiretos. Segundo ele, existem hoje 100 colaboradores, sendo 60 diretos.

Estas pessoas desenvolvem atividades de campo, coletando materiais utilizados na recomposição das áreas. "Como a visão da Eletronorte é aproveitar a mão-de-obra que mora ao longo da BR-174, todos eles residem próximo às áreas que estão sendo recuperadas", observou Alves.

Eles trabalham 8 horas por dia e recebem diária que varia entre R$ 15,00 a R$ 40,00, mais café da manhã, uniforme, equipamentos de proteção e transporte. Os demais colaboradores estão divididos entre empresas contratadas e terceirizadas.

As notícias aqui publicadas são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.