VOLTAR

Preso mais um acusado de mandar matar Dorothy

OESP, Nacional, p.A9
08 de Abr de 2005

Preso mais um acusado de mandar matar Dorothy
O madeireiro Regivaldo Pereira Galvão, o Taradão, foi preso ontem logo depois de prestar depoimento ao delegado Ualame Fialho Machado, da Polícia Federal em Belém. Ele é acusado de envolvimento no assassinato da missionária Dorothy Stang, no dia 12 de fevereiro e estava com prisão preventiva decretada desde o final da semana passada.
O acusado é um dos envolvidos no caso Sudam; agia como agiota, emprestando dinheiro a empresários arrolados por fraudes contra o órgão federal. Segundo o delegado, Galvão teve seu nome citado várias vezes em documentos elaborados pela freira, que o apontam como autor de ameaças contra agricultores, grilagem de terras e destruição das florestas de Anapu para explorar madeira ilegalmente. O acusado também vendeu terras griladas para o fazendeiro Vitalmiro Bastos de Moura, o Bida, acusado de ser o mandante do assassinato de Dorothy.
Ao receber voz de prisão, Taradão se disse inocente. "Vou provar que não tenho nada com isso." Num bilhete ditado por Bida a um irmão, o nome de Galvão é citado juntamente com o do fazendeiro Luiz Ungaratti como interessado na morte da missionária. No documento, Ungaratti é tido como "patrocinador".
O próprio Ungaratti também prestou depoimento ontem à PF, negando ter qualquer animosidade com a freira. Ele também disse nunca que não conhecia Bida. "Não devo nada, não conheço ninguém. Isso que andam dizendo por aí é injusto", afirmou o fazendeiro.
Ele, porém, confirmou ser o suposto proprietário de 3 mil hectares de terra vizinhos ao projeto de assentamento que era controlado por irmã Dorothy. "As minhas terras foram invadidas pelo pessoal da Dorothy no mesmo dia da morte dela". Três anos atrás, de acordo com Ungaratti, as terras também haviam sido invadidas, mas ele disse que foi obrigado a indenizar os agricultores. "Isso eu posso provar", resumiu, exibindo recibos de pagamento.
Esse foi o segundo depoimento do fazendeiro Ungaretti à polícia. O primeiro foi a Civil, para esclarecer a existência de um consórcio na região para assassinar a Irmã.
O nome do fazendeiro Luiz Ungaratti foi citado no caso depois que Vitalmiro encaminhou um bilhete a Amair Feijolli, apontando o fazendeiro como o patrocinador no consórcio.Tanto Ungaratti quanto Taradão já tiveram seus sigilos fiscal, telefônico e bancário quebrados por determinação da comissão CPI da Terra, do Senado. Ambos ainda vão depor à comissão, em Brasília.
O promotor Lauro Freitas Júnior anunciou que seu parecer no pedido de habeas-corpus impetrado em favor de Bida é contrário à liberdade do fazendeiro. "Ele já ficou 42 dias foragido e solto, certamente vai intimidar as testemunhas", disse

OESP, 08/04/2005, p. A9

As notícias aqui publicadas são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.