Marina elogia lei de resíduos sólidos

Marina elogia lei de resíduos sólidos
Verde visita central de reciclagem de computadores e lembra que ajudou a elaborar legislação, sancionada por Lula

Sérgio Roxo

A candidata do PV à Presidência, Marina Silva, visitou ontem uma central de reciclagem de computadores no interior de São Paulo. O objetivo foi mostrar que a verde teve participação na elaboração da lei da Política Nacional de Resíduos Sólidos, sancionada à tarde pelo presidente Lula. Foi a equipe da candidata que pediu para conhecer a empresa, em Jundiaí.
- Fiz questão de vir aqui para celebrar a lei e dizer que boa parte daquilo que está (previsto) na lei é transformar em políticas públicas as boas experiências que já existem na sociedade - disse Marina.
A candidata, que foi ministra do Meio Ambiente do governo Lula, lembrou seu papel na elaboração do projeto.
- A articulação dessa lei começou em 2007, quando eu estava no Ministério do Meio Ambiente. Integramos as várias iniciativas existentes no Congresso e encaminhamos um projeto. O que foi aprovado tem como base 80% da proposta que foi articulada pelo ministério.
Marina também destacou as vantagens da nova lei: - Uma coisa importante que a lei estabelece são os meios para que acabemos com os vergonhosos lixões. Mais de 25 mil crianças ainda vivem nos lixões e temos uma quantidade muito pequena de aterros sanitários.
Além de elogiar a sanção da Política Nacional dos Resíduos Sólidos, o evento também fez parte da proposta da candidata de usar a agenda de campanha para destacar as boas iniciativas que podem ser transformadas em políticas públicas. Na quinta-feira, em Bauru (SP), Marina visitou um hospital público que é referência em tratamento de anomalias da face. No sábado, ela conheceu, em Recife, a Escola Popular de Direito Constitucional Pequeno Cidadão, no bairro do Coque, que visa a levar cidadania à população.
A presidenciável explicou que, com a viagem a Recife, não tomou conhecimento da notícia de que petistas produziram um dossiê acusando uma filha do ministro Guido Mantega (Fazenda) de tráfico de influência no Banco do Brasil.
- Para ser sincera, não acompanhei porque estava viajando e fiquei imbuída das visitas que fui fazer. Na comunidade do Coque temos uma das mais fortes denúncias do que não deve ser a gestão pública. Inclusive, perder tempo com disputas de cargo quando temos crianças sendo entregues à marginalidade, ao descaso, ao assassinato e ao esgoto a céu aberto.
Para visitar a central de reciclagem, Marina teve que caprichar na maquiagem e esconder um leve hematoma no olho direito, provocado, sem querer, por uma eleitora que foi abraçá-la sábado, em Diadema (SP): - Tive que disfarçar.

"Só tenho cinco meses"
Lula pede pressa para regulamentar lei

Ao sancionar a lei que estabelece parâmetros para a destinação do lixo produzido em todo o país, o presidente Lula mostrou pressa e deu prazo de 90 dias para que seja apresentado projeto de regulamentação da lei, que cria a política nacional de resíduos sólidos. O texto determina ações para facilitar o retorno do lixo aos seus geradores e para que seja tratado ou reaproveitado. A lei obriga as empresas a recolherem lixo tóxico de difícil decomposição, como baterias e pilhas.
- Precisamos tomar cuidado para não demorar a regulamentar.
Vou falar para a Erenice (Guerra, da Casa Civil) que não tem que esperar ministro concordar. Na hora que construir a base do projeto, leva na minha mesa, porque só tenho cinco meses de mandato. Para a oposição, o tempo demora para caramba. Para mim, está passando.
A lei ataca um dos principais problemas ambientais das grandes cidades: os lixões. As prefeituras serão obrigadas a construir aterros sanitários, seguindo regras de proteção ambiental, mas terão quatro anos para se adaptar à lei.

O Globo, 03/08/2010, O País, p. 12