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Justiça e profecia a serviço da vida e dos povos indígenas

Cimi - http://www.cimi.org.br
Autor: Haroldo Heleno e Saulo Feitosa
07 de Jan de 2014

Começou no dia 05/01/2013 na comunidade da Palmerinha na Paróquia do Sagrado Coração de Jesus, na cidade do Juazeiro do Norte, Ceará, a caminhada dos povos indígenas rumo ao 13o Intereclesial das CEBs que começa nesta terça-feira, dia 07.

O encontro teve seu início com uma recepção feita pela comunidade do Palmerinha através da artista regional Graça Melo que nos presenteou com sua bela voz e com belas canções e pelas palavras amigas e acolhedoras do pároco o Padre Monteiro, seguido de profundo e rico ritual do povo Pankararú com a participação dos outros povos presentes.

Os povos indígenas da Bahia (Pataxó e Pataxó Hã-Hã-Hãe), Alagoas (Xukuru-Kariri, Jeripankó), Paraíba (Potiguara), Mato Grosso (Xavante), Pernambuco (Pankararú), Rondônia (Kassupá, Wajoro), Tocantins (Xerente), Acre (Nakuni,Nawa), juntamente com os missionários do Conselho Indigenista Missionário de vários regionais e paroquianos da referida Paróquia refletiram a partir do tema: "Justiça e Profecia a Serviço da Vida e dos Povos Indígenas", sobre a realidade que cerca a caminhada dos povos indígenas, seus sonhos, desafios e suas expectativas sobre o 13o intereclesial das CEBs. Com a coordenação do missionário Haroldo Heleno - Cimi Itabuna, Saulo Feitosa fez uma análise de conjuntura levantando inicialmente um pouco da história local relembrando a resistência dos povos indígenas através da Confederação Cariri que ocorreu no século XVII quando vários povos se juntaram para resistir contra a escravização indígena. Foi feita uma ponte histórica entre as lutas do passado e as lutas dos povos indígenas nos dias de hoje, destacando a estratégia do governo brasileiro em retirar direitos dos povos indígenas, fazendo leis que aparentemente defendem os indígenas e ao mesmo tempo criando outros mecanismos que retiram e atacam estes direitos, a exemplo das Propostas de Emendas Constitucionais (PECs), Portarias, Projetos de Leis entre outros. A análise de conjuntura foi sendo complementada com as intervenções das lideranças indígenas.

No período da tarde o Padre Paulo Suess, assessor teológico do Cimi, abordou o tema do encontro: "Justiça e Profecia a Serviço da Vida e dos Povos Indígenas", destacando o desafio de "viver bem, com menos", a partir da ideia do Bem Viver ou Sumak Kawsay proposta dos povos ameríndios. O Bem Viver promove uma mudança de pensamento onde os direitos da mãe terra são colocados no mesmo patamar dos direitos dos seres humanos e de todos os outros seres existentes.

Na noite aconteceu uma bonita celebração da Epifania do Senhor com a participação indígena e concelebrada pelos padres presentes no encontro. A celebração contou com participação massiva dos paroquianos, após a missa foi encenado um bonito auto de Natal pelo ponto de cultura Gil, da cidade de Juazeiro.

Na manhã do dia 06, Haroldo fez uma apresentação geral da metodologia do 13o Intereclesial, explicando a forma de distribuição temática a partir dos Sete Ranchos (espaços onde serão desenvolvidos os trabalhos de grupos e as reflexões durante o Intereclesial): "CEBs e a espiritualidade romeira"; "CEBs no campo e na cidade"; "CEBs e o protagonismo da juventude"; "CEBs a serviço da vida"; "CEBs e a prática da justiça"; "CEBs e sua vocação profética"; "CEBs e o compromisso missionário". A tarde do dia 6 foi dedicada ao trabalho mais prático, orientações sobre a participação indígena no 13o, divisões de tarefas, distribuição dos kits, dúvidas e toda a dinâmica do 13o Intereclesial das CEBs. O trabalho foi conduzido pelo missionário Zennus Dinys de Alagoas.

Os participantes ainda terão a oportunidade de conhecer no dia 07, um projeto denominado de "Casa Grande" que faz o resgate da cultura do povo Cariri localizado no município de Nova Olinda e a tarde esta agendada visita a uma feira de ciências realizada na comunidade de Palmerinha por crianças de um colégio local que tem como tema a questão indígena. Será mais uma oportunidade para concretizar a interação da comunidade com os povos indígenas. Interação que por sinal foi um ponto forte neste encontro, tanto na participação no encontro como na recepção, acolhimento e partilha da comunidade para com os povos indígenas e missionários.

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