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Greve no Ibama atrasa análise de 190 projetos

OESP, Nacional, p. A11
12 de Jun de 2007

Greve no Ibama atrasa análise de 190 projetos
Licença ambiental para usinas do PAC foi afetada

João Domingos

A greve dos servidores do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), que completa amanhã um mês, já provocou o atraso na análise de licenças ambientais de 190 projetos nas áreas de grandes e pequenas hidrelétricas, linhas de transmissão, termoelétricas, gasodutos, oleodutos e empreendimentos de energia nuclear. Entre as licenças que se encontram em atraso estão duas das principais obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), as usinas de Jirau e Santo Antonio, no Rio Madeira (RO).

O levantamento sobre o atraso nas licenças foi feito pela Associação dos Servidores do Ibama e entregue ao deputado Sarney Filho (PV-MA) e à direção de seu partido. Os funcionários entraram em greve por causa da medida provisória que dividiu o Ibama em dois, um para cuidar das licenças e outro para tratar do patrimônio ambiental do País. Essa MP deve entrar na pauta de votação da Câmara hoje. O governo conseguiu dos líderes dos partidos aliados o compromisso de que será aprovada. Como trunfo, substituiu o relator: para o lugar de Givaldo Carimbão (PSB-AL), que titubeava, nomeou Ricardo Barros (PP-PR), favorável à divisão da autarquia.

De acordo com a direção do Ibama, a greve efetivamente tem prejudicado as licenças, mas as das usinas do Rio Madeira recebem atenção especial, embora tardiamente. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva aguardava as licenças para Jirau e Santo Antonio no dia 31, antes de iniciar a viagem à Inglaterra, Índia e Alemanha, mas o instituto não conseguiu terminá-las a tempo. Sarney Filho entregou o levantamento ao secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente, João Paulo Capobianco, que não o contestou.

Segundo os servidores, estão atrasadas análises de licenças de 65 hidrelétricas de médio e grande porte e de 13 de pequeno porte. Para as linhas de transmissão, o atraso atinge 45 licenciamentos, como Corumbá a Brasília, Marabá a Carajás e Cachoeira Paulista a Adrianópolis.

A paralisação do Ibama também afetou as licenças para trechos dos gasodutos Nordestão, Bolívia a Corumbá e poliduto São Paulo a Brasília. Com relação à energia nuclear, um dos atrasos está na ampliação do depósito intermediário de rejeitos radioativos.

OESP, 12/06/2007, Nacional, p. A11

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