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Governo federal sanciona novo marco legal da biodiversidade

FSP, Ciência, p. B9
21 de Mai de 2015

Governo federal sanciona novo marco legal da biodiversidade
Autorização prévia para pesquisas deixa de ser necessária

DE BRASÍLIA

Durante evento nesta quarta-feira (20) no Palácio do Planalto, a presidente Dilma Rousseff sancionou o Marco da Biodiversidade.

Ele regulamenta o acesso ao patrimônio genético de plantas e animais do país, além de conhecimentos indígenas e tradicionais associados. Segundo a presidente, a atual legislação "tinha muitas falhas" que "desestimulavam os investimentos".

O objetivo das novas regras é desburocratizar a pesquisa, especialmente na indústria farmacêutica e de cosméticos.

Os obstáculos tinham sido herdados de uma medida provisória do ano 2000, que determinava a necessidade de autorização prévia das pesquisas pelo Conselho de Gestão do Patrimônio Genético (CGen), do Ministério do Meio Ambiente. A espera para conseguir tal documento era de cerca de 18 meses.

Com o novo marco, tal requisito foi substituído por um cadastramento voluntário e eletrônico.

A lei prevê ainda, como regra geral, a divisão de benefícios com povos indígenas e comunidades locais no valor de 1% da receita líquida obtida com produtos desenvolvidos a partir de seu conhecimento tradicional.

Por fim, o texto anistia multas de mais de R$ 200 milhões de empresas e pesquisadores que desrespeitaram a legislação anterior. O benefício fica restrito àqueles que se comprometerem a se adequar às novas regras.

Para Dilma, a burocracia que envolvia o processo era, na verdade, "uma fiscalização distorcida" e a nova lei servirá para melhorar as condições de exploração da biodiversidade do país, sem gerar "extremos conflitos".

"Nós conseguimos elaborar uma legislação que gera inovação a partir de pesquisas em ciência e tecnologia", disse Dilma. "Estamos garantindo que pesquisadores não tenham limites para pesquisar e que as empresas possam utilizar esse conhecimento".

Perguntas e respostas

Ficou mais fácil fazer pesquisa agora?
Sim. Para fazer pesquisas envolvendo a biodiversidade nacional --para desenvolver um novo medicamento, por exemplo--, não será mais preciso pedir autorização do Conselho de Gestão do Patrimônio Genético (CGen).

E a questão dos royalties?
Empresas pagarão a indígenas e comunidades locais 1% da receita líquida obtida com produtos desenvolvidos a partir de seu conhecimento tradicional. O valor pode ser reduzido, porém, a 0,1% para determinados setores, se o governo federal, após ouvir comunidades, avaliar que isso é importante para aumentar a competitividade dos produtos.

FSP, 21/05/2015, Ciência, p. B9

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/saudeciencia/219939-governo-federal-sa…

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/saudeciencia/219938-perguntas-e-respos…

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