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Gás natural chega ao Pará em 2006

O Liberal-Belém-PA
15 de Set de 2004

Pará desenvolve estudo em parceria com empresas privadas para trazer ao Pará fonte de energia do Amazonas ou do Maranhão, ao custo de US$ 1 bilhão

Até o final de 2006, o Pará poderá ter o primeiro posto de combustível comercializando o Gás Natural Veicular (GNV). Pelo menos é o que acredita o secretário especial de Produção, Vimos Grunvald, que apresentou ontem o resultado de estudo sobre a viabilidade do uso do gás natural no Pará. O secretário estava acompanhado de especialistas das empresas Termobrás e da Petrobrás Gás (Gáspetro). A indústria paraense também será beneficiada, mas o investimento necessário para fazer o gás chegar até o setor é estimado em US$ 1 bilhão.

Em julho do ano passado, as secretarias Especial de Produção e Executiva de Indústria, Comércio e Mineração (Seicom) deram início ao estudo sobre a viabilidade do uso do gás natural no Pará. Pelo mapa de gasodutos no Brasil, o Pará hoje está isolado de todas as rotas, mas pode ser abastecido pelos estados do Amazonas e do Maranhão. Os técnicos do governo do Estado, da Gáspetro e da Termogás estão trabalhando pela inclusão do Pará na rota do gás, que, por enquanto, chega até o município de Açailândia, no Maranhão.

De acordo com o secretário Vimos Grunvald, é preciso correr contra o tempo para que o Pará seja incluído nessa rota. "Somente no final deste ano, o governo saberá quando o gás se tornará uma realidade no Pará. A princípio, existe uma pequena possibilidade de se instalar um posto até o final de 2006, mas trata-se de algo que não depende apenas do governo do Estado", disse Grunvald. Já o secretário executivo de Indústria, Comércio e Mineração, Ramiro Bentes, considera que o mais importante agora é fortalecer o diálogo com o Ministério das Minas e Energia, para que o Estado faça parte da cadeia de desenvolvimento que será gerada com a chegada do gás.

O grupo de trabalho que envolve o governo do Estado, Gáspetro e Termogás analisou duas possibilidades de suprimento de gás natural no Pará. A primeira delas está ligada à vinda do insumo pelo Estado do Amazonas, por meio do rio Amazonas, sob a forma de gás liquefeito ou comprimido. A segunda hipótese está relacionada ao Estado do Maranhão, saindo de Açailândia. O diretor da Termogás, Hermano Mattos, considera o caminho pelo Maranhão o menos oneroso, com gasto de US$ 1 bilhão. Saindo do Amazonas, pelas reservas de Silves ou Urucu, esse custo saltaria para US$ 2,6 bilhões.

Para o gerente regional de Distribuição do Norte e Centro-Oeste da Gáspetro, Luiz Celso Andrade, o Pará precisa de um grande esforço do governo e da iniciativa privada, para que, em um primeiro momento, seja criada a empresa que irá distribuir e comercializar o gás. Em sua palestra, ele citou que há dois anos a reserva de gás brasileira era de 316 bilhões de metros cúbicos, mas, hoje, as reservas já são estiamdas em 657 bilhões e metros cúbicos, por conta das novas descobertas na bacia de Santos. "O Brasil está desenvolvendo tecnologia para transportar gás em longas distâncias utilizando o modal rodoviário. Este esutdo está sendo observado por empresas do mundo inteiro", comentou Andrade, que considera atraente a idéia, caso o gasoduto demore a sair do papel.

O presidente da Federação das Indústrias do Pará (Fiepa), Danilo Remor, que participou do encontro, disse que o setor produtivo paraense está preparando um novo estudo para saber qual seria o consumo diário de gás no Pará. Os números apresentado pela Seicom mostraram que seriam necessários 1,4 milhão de metros cúbico por dia, porém, essas informações são baseadas no consumo de energia de 1995, antes da crise energética que o País passou e que quase resultou na possibilidade de um apagão em Estados da regiões Sul e Sudeste. Já o presidente do Sindicato dos Taxistas do Pará, Alain Santos, frisou que a frota na Região Metropolitana de Belém, hoje de 5,4 mil veículos, seria beneficiada com a instalação de postos de gás, que ofereceriam combustível mais barato, além de diminuir o nível de poluição do meio ambiente.

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