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23 de Mar de 2011
A comemoração do Dia Mundial da Água, data estabelecida pela Organização das Nações Unidas (ONU), teve gostinho de "quero mais" para os cerca de 400 participantes reunidos no Parque Estadual do Utinga, nesta terça-feira, 22. O evento, promovido pela Diretoria de Áreas Protegidas (Diap), Coordenadoria de Capacitação de Educação Ambiental (Ceam) e Diretoria de Planejamento Ambiental (Diplam) da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), Companhia de Saneamento do Pará (Cosanpa) e Batalhão da Polícia Ambiental (BPA), reuniu crianças, jovens e idosos que participaram de diversas atividades, tais como teatro de fantoches, caminhadas e trilhas ecológicas, visita à Estação de Tratamento e plantio de mudas.
A gerente do parque, Socorro Almeida, que representou a secretária Teresa Cativo, chamou a atenção para as ações do dia a dia que, quando impensadas, incorrem no desperdício. "Quantos de vocês desligam a torneira enquanto ensaboam as mãos?, inquiriu. Lembrou também que o parque é um ambiente especial por ter em sua área os mananciais que abastecem 66% da capital paraense e municípios vizinhos. "É deste lugar que sai a água que está na casa de vocês. Utilizem-na com consciência, para que não falte nunca", advertiu.
O diretor de operações da Cosanpa, Antônio Crisóstomo, explicou aos participantes que a colaboração da população é fundamental para preservar a água: "Segundo nossos estudos, 50% de toda água é desperdiçada pela população. O dia de hoje é emblemático para que todos aqui presentes se conscientizem e ajudem a modificar esse índice. Só com a ajuda da comunidade preservaremos esse precioso recurso", disse.
O representante do BPA, major Jorge Vasconcelos, enfatizou a importância da água na ciência e na religião. "A vida se originou da água e 70% do nosso corpo é formado por ela. Biblicamente, temos a água como componente sagrado, pois é por meio dela que nos batizamos e nos purificamos. Ela é tão importante que estamos intimamente ligados a ela", destacou.
A recepção dos participantes contou ainda com a benção do diácono permanente da Arquidiocese de Belém, Ubiratan Dias, que citou o distanciamento entre homem e meio ambiente. "A verticalização afasta a natureza, prédios tomam lugar de florestas, rios secam, peixes ficam escassos, o ser humano cresce em tecnologia, mas decresce em humanidade", lamentou. Ubiratan também abençoou todos os participantes e mostrou a água não só com a perspectiva de patrimônio valioso, mas também de recurso limitado.
Ana Beatriz Pimentel, 10, estudante do colégio Moderno, considerou tudo o que foi dito. "Agora que sei o quanto a água é fundamental para a nossa vida, vou mudar meus hábitos, pois antes, como sempre tive água à minha disposição, nunca parava para pensar na falta dela", confessou a estudante.
A coleguinha de Beatriz, Bruna Santana, 11, disse que mudará sua postura em relação à água. "Às vezes, pegava a mangueira e ficava lá, gastando. Eu brincava de jogar água nos outros, mas hoje, pensando melhor, posso escolher uma brincadeira mais, mais..." "Ecológica!", complementou, sorrindo, a amiga Beatriz.
Plantio de Mudas
Depois da abertura na Estação de Tratamento, as atividades foram segmentadas e direcionadas conforme a faixa etária do participante. O grupo formado por crianças de cinco a oito anos foi direcionado para o plantio de mudas de samaúma, virola, andiroba, castanha, bacaba, mogno e ipê roxo.
A estudante Arlene Silva, de oito anos, nunca tinha posto as mãos na terra para plantar. "Plantei uma virola e ainda aprendi muita coisa sobre essa planta. Por exemplo, da sua madeira se faz forro para construção e da sua semente, o sabão, que vou usar para lavar as mãos depois desse plantio", brincou.
Em seguida, as crianças assistiram a um teatro de fantoches, realizado pela Cosanpa. A história, muito lúdica, girava em torno de uma bruxa má, nada ecológica, e de um reino à mercê das consequências da poluição promovida por ela. As crianças perceberam que a adoção de uma conduta consciente por parte da bruxa, já redimida, foi importante para que o reino voltasse a ter água.
Depois do teatro, a Coordenadora de Educação Ambiental da Diap, Bianca Lima, ensinou às crianças a "palma ecológica". "Aqui, não podemos bater palmas de forma ruidosa, pois assusta os animais. Vamos unir as mãos e tocá-las com carinho, porque aqui é uma área de proteção integral, tem muito bicho que não gosta de barulho", explicou.
O grupo dos idosos teve o dia preenchido de atividades. Passeio na Estação de Águas, caminhada ecológica, exposição de animais empalhados e uma exibição de um vídeo do parque. A aposentada Maria Alice Pinto, 67, se disse encantada por tudo o que viu. "Nunca imaginei que nesta idade ainda pudesse me extasiar com coisas tão belas, mas esse evento propiciou isso a mim e a meus amigos, um público bem esquecido, afinal, quase ninguém lembra dos idosos e vocês lembraram!", agradeceu.
A cientista ambiental da Sema, Aína Gorayeb, permitiu que a realização da trilha só fosse feita por jovens vestidos adequadamente, para evitar contratempos. "Não podemos permitir que alguém vá fazer trilha de sandália e se machuque", justificou. Maurício Vargas, 14, foi um desses jovens que se aventurou pela Trilha do Macaco, uma homenagem ao macaco de cheiro que habita o lugar. "Não sabia que tinha um local assim, tão perto da minha casa e com tanta natureza pra ser apreciada. Quero voltar mais vezes", prometeu.
Os jovens ainda pararam no Lago Água Preta, um dos mananciais que abastece a cidade de Belém, para um momento de reflexão. "Estar aqui, diante desse mundaréu de água, é entrar em comunhão com a natureza e pedir que todo mundo cuide bem desse recurso, porque desperdiçar é a gota d'água", filosofou Maurício.
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