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Conselho do Povo Cinta Larga - Nota à Imprensa

COIAB
11 de Mar de 2008

A notícia da Operação Arco de Fogo, que foi deflagrada em fevereiro do corrente ano na região Amazônica para o combate ao desmatamento e comércio ilegal de madeira, que deverá mobilizar até 1.100 homens da Polícia Federal, da Policia Rodoviária Federal, da Força Nacional de Segurança e do Ibama, iniciada em Tailândia, no Pará, trouxe bastante preocupação para os povos Cinta Larga, Apurinã, e Suruí, principalmente no que se refere a possível entrada dessa força-tarefa em território indígena.

Conforme o noticiado, dentre os estados pertencentes à região Amazônica onde será realizada a Operação Arco de Fogo, encontram-se elencados Mato Grosso e Rondônia, espaço territorial brasileiro que abriga os povos indígenas Cinta Larga, Apurinã, e Suruí.

Para o coordenador do Conselho Cinta Larga, Mauro Cinta Larga, esta operação deixou os líderes tensos e preocupados com relação ao fato de como essas ações serão desenvolvidas em seus territórios, pois até o momento nenhuma das ONGs indígenas dos povos Cinta Larga, Apurinã, e Suruí, receberam qualquer tipo de documento por parte do Governo Federal, oficializando o que, onde, e como serão desenvolvidos os trabalhos operacionais dessa força-tarefa nos municípios onde se localizam as áreas destinadas à habitação dos supramencionados povos.

Os líderes indígenas parabenizam essa iniciativa do Governo Federal, mas ao mesmo tempo expõem suas críticas por não haver sido feita nenhuma comunicação oficial aos líderes indígenas e/ou representantes legais das aldeias indígenas que se encontram inseridas no espaço territorial onde será realizada a Operação Arco de Fogo, pois a notícia deixou as lideranças apreensivas.

Para as lideranças o Governo Federal deveria manter uma comunicação mais estreita com os povos indígenas em relação a esse tipo de demanda, pois os mesmos precisam tomar ciência com antecipação, para que tenham tempo para se reunirem, e prestarem as informações necessárias às aldeias no sentido de que o povo venha a ter conhecimento das ações a serem desenvolvidas em terras indígenas, evitando assim qualquer tipo de conflito entre índios e não índios.

"Somos solidários ao combate da ilegalidade nas reservas indígenas, mas o Governo Federal deveria estreitar melhor a comunicação, para que operações como essas, não nos peguem de surpresa", diz Mauro Cinta Larga.

Diante desta situação, os povos indígenas Cinta Larga, Apurinã, e Suruí, através de seus líderes e/ou representantes legais se colocam a disposição do Governo Federal para maiores esclarecimentos em relação às ações que serão desenvolvidas pela Operação Arco de Fogo, em seus territórios indígenas, enfatizando que os povos indígenas estão mobilizados buscando fortalecimento para busca de sua autonomia, assim sendo.

Cacoal-RO, 05 de março de 2008.

Mauro Cinta Larga

Coordenador do Conselho do Povo Cinta Larga

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