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Comunidade Guarani, do Morro do Cavalos, celebra semana cultural

Diário Catarinense- http://dc.clicrbs.com.br
13 de Abr de 2016

Na manhã desta quarta-feira a mãe terra será exposta em forma de desenhos e pinturas na aldeia Morro dos Cavalos, em Palhoça, na Grande Florianópolis. A atividade faz parte da XI Semana Cultural, que se iniciou dia 11 e se encerra na segunda-feira, 18. Para a tarde está prevista apresentação de teatro com as crianças sobre o surgimento das plantas e dos animais sagrados para o povo guarani.

As oficinas se concentram na escola Tekoa Itaty e incluem artesanato, pinturas corporais, jogos, danças, rituais, comida típica, palestras. Na comunidade vivem 37 famílias. No colégio estudam cerca de 70 alunos, entre crianças, adolescentes e do Centro de Educação de Jovens e Adultos (Ceja). Todos os 11 professores são Guarani, sendo oito graduados e dois mestrandos. Além das mulheres, são dos estudantes e dos professores a maior parte dos trabalhos expostos.

A semana cultural coincide com a proximidade do 19 de abril, o Dia do Índio. Ainda que para os Guarani a data não tenha importância no calendário, não há como dissociar a data do interesse das escolas de estudantes não índios. Tradicionalmente neste período muitas escolas estudam a questão indígena e querem conhecer uma aldeia:

- Entendemos que seria importante aproveitar o momento. Além de dar visibilidade para nossa realidade, sentimos que a auto-estima da comunidade cresce muito - explica Eunice Antunes, orientadora pedagógica.

As visitas são previamente agendadas. Desde o começo os alunos têm a atenção despertada. Na opy, a casa de reza, um coral guarani faz a recepção com canto e dança em torno de uma fogueira. Para os índios, trata-se de um ritual para que os visitantes possam ter o espírito preparado. Assim, podem seguir pelas trilhas, conhecer as casas, participar das rodas de conversa, ouvir histórias.

- Assumi a direção da escola recentemente. Estou impressionada com a cultura Guarani - observa a diretora Ana Cristina Alves, indicada pela secretaria de Educação.

Por se tratar de uma escola diferenciada, a permanência da diretora obedeceu a uma espécie de aval do cacique. Isso não significa uma intromissão, mas uma forma de respeito para com a hierarquia indígena.

As atividades prosseguem nestes dias. Cerca de 100 pessoas devem passar hoje pela aldeia. No sábado estarão em disputa os jogos indígenas. Na segunda-feira, um momento especial. A casa onde morava Adão Karai Tataendy será transformada em um centro de formação. Falecido no ano passado, Adão foi uma importante liderança Guarani.

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