O Globo, Economia, p. 36
04 de Jun de 2011
Belo Monte: consórcio avalia como evitar atraso
Solução pode ser logística ou de projeto. Decisão dependerá do custo de cada opção
Mônica Tavares e Liana Melo
BRASÍLIA e RIO. O consórcio Norte Energia está estudando novas soluções de engenharia e de logística para evitar atrasos no início da operação comercial da primeira turbina da hidrelétrica de Belo Monte, no rio Xingu (PA), marcada para fevereiro de 2015. A demora no licenciamento do Ibama reduziu o prazo para a construção da barragem do sítio Pimental, a principal do empreendimento, de 18 para 12 meses. A licença de instalação só foi concedida na quarta-feira. Também houve atrasos no licenciamento da instalação do canteiro de obras, obtido em janeiro, mas que, devido a ações na Justiça, só passou a valer em março.
- Se vai ser uma solução de logística ou de projeto, o que vai definir é qual vai ser a mais barata, para compensar os quatro a seis meses na demora da licença de instalação do Ibama - disse o diretor de construção do consórcio, Luiz Rufato.
No caso da engenharia do projeto, a escolha dos materiais - argila ou asfalto - pode ajudar no cronograma. Também pode haver aumento no número de máquinas, principalmente caminhões, e de homens nos trechos represados do rio onde serão instaladas as turbinas.
Índios xipaia trocam de lado e ficam contra Belo Monte
Pouco menos de um ano depois de gravar um depoimento favorável à hidrelétrica de Belo Monte, os índios xipaia romperam ontem a aliança com o governo e trocaram de lado, juntando-se a outras oito etnias da região de Altamira contrárias à megausina. A aliança foi quebrada na reunião de instalação do Comitê Gestor, criado na quarta-feira para implantar o Plano de Desenvolvimento Regional Sustentável. Os indígenas não se sentiram representados pelos dois indicados, já que foi uma imposição da Funai de Brasília, sem consulta prévia local.
Sheila Juruna anunciou que entidades locais encaminharam ontem ao Conselho de Direitos Humanos da ONU carta denunciando "violações" no processo de licenciamento da usina.
O Globo, 04/06/2011, Economia, p. 36
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