VOLTAR

Aty Guasu Guarani e Kaiowá contra genocídio indígenas esta carta/nota é para a Justiça Federal e Governo Federal

Aty Guasu no Facebook - http://www.facebook.com/aty.guasu
Autor: Aty Guasu
10 de Fev de 2013

Esta nota pública da Aty Guasu Guarani e Kaiowá objetiva explicitar que em dez dias, ou melhor, desde 01 a 10 de fevereiro de 2013, as três comunidades Guarani e Kaiowá dos territórios em sub judice ou em litígio/conflito sofreram os ataques e ameaça de morte coletiva dos pistoleiros dos fazendeiros mais violentos do Sul de Cone Sul do Mato Grosso do Sul. Assim, nos últimos 10 dias, os fazendeiros mandantes antigos de atacar e assassinar as lideranças Guarani e Kaiowá retornam a agir violentamente através de seus pistoleiros contra as vidas Guarani e Kaiowá.

No dia 03 de fevereiro de 2013, os quatro 4 pessoas num caminhonete estavam rodando tekoha Guaiviry-município de Aral Moreira-MS, ameaçando as comunidades indígenas e procurando por filho de cacique Nisio Gomes assassinado pelos pistoleiros no dia 18 de novembro de 2011.

No dia 07 de fevereiro de 2013, os pistoleiros contratados pelos fazendeiros atacaram e feriram os indígenas Guarani e Kaiowá de tekoha Sombrerito-município de Sete Queda-MS-faixa de fronteira Brasil com Paraguai.

No dia 10 de fevereiro de 2013, os quatro 4 homens armados num caminhonete invadiram o acampamento Pyelito kue/Mbarakay-município de Iguatemi-MS, apontando as armas de fogo em direção das comunidades Guarani e kaiowá de Pyelito kue.

Importa destacar que essas três comunidades Guarani e Kaiowá citadas (tekoha guasu Guaiviry, Sombrerito, Pyelito kue/Mbarakay) já foram várias vezes atacadas e violentadas de modo cruéis, além disso, três lideranças já foram assassinadas pelos pistoleiros das fazendas. Esses fazendeiros contratantes de pistoleiros e mandantes de assassinados das lideranças são extremamente truculentos e eles desobedecem à ordem da justiça federal, eles fazem as suas leis próprias, mas não são punidos até os dias de hoje, por isso retornam a agir nos últimos dez dias. Os retornos dessas ações criminosas livre contra as vidas Guarani e Kaiowá estão nos preocupando muito. Por essa razão, nós integrantes do conselho da Aty Guasu retornamos mais uma vez solicitar o julgamento urgente, a punição e providências cabíveis por parte do Governo Federal e da Justiça Federal.

SEGUE O FATO HISTÓRICO JÁ REALIZADO PELOS FAZENDEIROS CITADOS:

EM TEKOHA SOMBRERITO FOI ASSASSINADO UM LÍDER PELOS PISTOLEIROS DAS FAZENDAS.

No dia 26 de junho de 2005, o indígena Guarani-Kaiowá Dorival Benites, 26 anos, foi assassinado pelos pistoleiros das fazendas.

Os fazendeiros agiram disparando tiros de espingardas calibre 12. Ficaram feridos no tiroteio ocorrido na madrugada de domingo, os indígenas Rosana, 42 anos, grávida de quatro meses, que afirma ter sido espancada na briga, Sílvio 46 anos, que teve o olho esquerdo perfurado e Ari. Ele levou um tiro de raspão. Ari é irmão de Dorival que morreu no local, os pistoleiros eram da Fazenda Floresta.

NEM OS PISTOLEIROS-AUTORES E NEM OS FAZENDEIROS-MANDANTES NÃO FORAM PUNIDOS ATÉ HOJE.

AÇÃO CRIMINOSA CONTRA AS VIDAS INDÍGENAS DE PYELITO KUE

No dia 09 de dezembro de 2009, os indígenas Guarani e Kaiowá de acampamento Pyelito kue/Mbarakay foram atacados por pistoleiros que agrediram brutalmente homens, mulheres e crianças, fraturandos braços e pernas de idosos (as). Arcelino Oliveira Teixeira, uma liderança indígena está desaparecida desde então.

Em 23 de agosto de 2011, às 20:00 horas, o acampamento Pyelito Kue/Mbarakay foi atacada por um bando de pistoleiros que invadiram a área a cavalo agredindo os indígenas, queimando as barracas e fizeram ameaças de morte.

Na noite de 23 de agosto de 2011, as 125 famílias indígenas que ocupavam a área foram atacadas por pistoleiros que chegaram em dois caminhões e abriram fogo contra a barracas indígenas. As barracas onde viviam os indígenas foram depredadas e incendiadas.

Até os dias de hoje, os mandantes e nem pistoleiros não foram julgados e punidos, por isso voltam a atacar a comunidade Pyelito kue/Mbarakay, hoje 10/02/2013.

O LÍDER NISIO FOI ASSASSINADO PELOS PISTOLEIROS DAS FAZENDAS

Nísio Gomes foi assassinado em 18 de novembro de 2011, logo após a retomada do Tekohá Guaiviry, no município de Aral Moreira, Mato Grosso do Sul. De acordo com o inquérito policial, o grupo guarani kaiowá foi atacado por pistoleiros armados, que atiram contra os indígenas. O cacique Nisio foi atingido à queima roupa, por uma bala na região do tórax e morreu minutos depois. O corpo nunca foi encontrado, mas 23 pessoas respondem a processo por homicídio qualificado, ocultação de cadáver, fraude processual e corrupção de testemunhas. O inquérito se baseou nos depoimentos de duas testemunhas que tiveram o benefício da delação premiada. Uma delas confessou ter carregado o corpo do cacique Nisio Gomes e deu detalhes do ferimento a bala que causou a morte do cacique Nisio Gomes.

FRENTE AO FATO JÁ ACONTECIDO E AINDA CONTINUA ACONTECENDO NOS ÚLTIMOS DEZ DIAS DE 2013, VIMOS SOLICITAR MAIS UMA VEZ, À JUSTIÇA FEDERAL O JULGAMENTO E PUNIÇÃO URGENTE AOS FAZENDEIROS-MANDANTES E PISTOLEIROS-EXECUTORES DOS CRIMES CONTRA AS VIDAS GUARANI E KAIOWÁ.

AO GOVERNO FEDERAL REIVINDICAMOS A SEGURANÇA PERMANENTE DAS COMUNIDADES GUARANI E KAIOWÁ AMEAÇADAS.

ATENCIOSAMENTE,

TEKOHA GUASU GUARANI E KAIOWÁ DO CONE SUL DO MS.
COMISSÃO DA ATY GUASU GUARANI E KAIOWÁ CONTRA GENOCÍDIO.

http://www.facebook.com/aty.guasu

As notícias aqui publicadas são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.