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Após marcha de 40 dias, indígenas protestam contra Petrobrás Bolívia

FSP, Mundo, p.A10
14 de Jul de 2004

Após marcha de 40 dias, indígenas protestam contra Petrobrás Bolívia
Manifestação ocorre às vésperas de referendo

Da Redação

Após 40 dias de caminhada desde a região do Chaco (sul), cerca de cem camponeses indígenas protestaram ontem em La Paz para exigir a anulação dos contratos de concessão da Petrobras Bolívia em San Alberto, uma das maiores reservas de gás natural do país. Neste domingo, haverá um referendo sobre a exploração e a comercialização do produto.
A manifestação de ontem faz parte de uma série de protestos organizados por líderes indígenas, como o aimará Felipe Quispe, e por centrais sindicais contra a realização do referendo. Eles prometem invadir locais de votação e queimar as urnas.
Para eles, o referendo não inclui a pergunta sobre a nacionalização das empresas estrangeiras que atuam na Bolívia -a Petrobras é a maior delas, com um total de US$ 1,5 bilhão de investimentos e 800 funcionários.
O presidente Carlos Mesa rechaça discutir a nacionalização das empresas e diz que os contratos vigentes não serão revistos.
A consulta de domingo preocupa o Brasil. Na semana passada, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva visitou Santa Cruz de la Sierra para demonstrar apoio a Mesa.
"Foi a visita de um neoliberal para apoiar outro neoliberal", disse à Folha o sindicalista Roberto de la Cruz, um dos principais líderes dos protestos contra a política de gás que levaram à renúncia do então presidente Gonzalo Sánchez de Lozada, em outubro. Seu vice, Mesa, assumiu no lugar.
Procurada para comentar o referendo, a Petrobras informou que não se pronuncia sobre temas políticos e que respeitará qualquer decisão da consulta. (FM)

FSP, 14/07/2004, Mundo, p. A10

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