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Amazonas proíbe construção de gasoduto sem autorização do Estado

A Tribuna -Rio Branco-AC
22 de Abr de 2002

O governo do Amazonas proibiu esta semana a instalação de gasodutos em seu território. A medida prejudicará as obras do Gasoduto de Urucu, que conduzirá gás natural desde a mina de Urucu, em Coari, até o Rio Madeira, de onde o gás parte para Porto Velho em balsas.

A lei aprovada pelos deputados amazonenses também proíbe o transporte de produtos e subprodutos de petróleo pela via fluvial. Técnicos acreanos avaliam a medida como "passageira", devendo ser anulada na Justiça caso a Petrobras decida questioná-la.

"É politicagem do Amazonino", disse um técnico da iniciativa privada, que preferiu não se identificar, ao comentar a importância da obra para a região. Em relação ao gás natural a questão é extremamente complexa, dizem os ambientalistas, que admitem, entretanto, a existência de um campo em Urucu nas proporções que os dados oficiais apontam - entre 100, 130 bilhões m3.

A Eletronorte já anunciou que enquanto a pendenga ambiental não tiver um desfecho, a rede elétrica entre Porto Velho e Rio Branco será usada para abastecer a capital acreana com energia gerada em motores a diesel. Ex-secretário de Infra-Estrutura, o geólogo Edílson Cadaxo disse ontem que a decisão dos amazonenses pode prejudicar as obras do gasoduto, mas não interrompe o projeto acreano de encontrar petróleo no Estado.

Convênio de bioprospecção já foi assinado com a Agência Nacional do Petróleo (ANP). As escavações serão realizadas entre Brasiléia e Assis Brasil e no Vale do Juruá. Existe uma capacidade já instalada de recuperação de gás natural de 6 milhões de metros cúbicos por dia e que não são comercializados, sendo a maior parte reinjetado para favorecer a recuperação do petróleo.

É o mesmo princípio do gás natural associado lá nas plataformas da Bacia de Campos. O gás natural volta para manter pressão para facilitar a recuperação do petróleo. Isto é feito hoje lá em Urucu, existe uma produção diária de 55 mil barris de petróleo e o gás natural de uma certa forma está sendo perdido.

Enquete diz que benefício do gasoduto não compensa destruição Pesquisa on-line conduzida pela ONG Amigos da Terra indica que grande parte (53%) da população da Amazônia vê com restrições o gasoduto de Urucu. Os benefícios da obra, segundo a consulta, não compensaram a devastação ambiental gerada pela instalação dos tubos e as conseqüências futuras. Apenas 10% disseram que uma coisa compensa a outra.

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