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Na primeira margem do rio: território e ecologia do povo Xavante de Wedezé.

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Presente no imaginário coletivo Xavante desde longa data, a Terra Indígena Wedezé, situado na porção leste do Rio das Mortes, Mato Grosso, figura de maneira proeminente nas vidas, memórias e identidades do povo indígena Xavante, autodenominado A’uwẽ. Wedezé foi o lar da totalidade da população Xavante há acerca de um século e meio, quando escaparam à violência do julgo colonial em Goyaz migrando na direção leste. Desde que os Xavante de Wedezé foram relocados para a outra margem do Rio das Mortes na década de 1970, vem se mobilizando política e burocraticamente, para reconquistar o direito imemorial de uso de seu próprio território para prover suas famílias com alimento e abrigo, realizar cerimônias que marcam as transições da vida consideradas mais importantes, assim como cultuar a memória de seus parentes mortos. Nesse livro os autores debruçam sobre evidências históricas, demográficas (incluindo indicadores de saúde), ecológicas e antropológicas que apontam, de forma contundente, para a profundidade temporal e cultural da relação dos Xavante com o território de Wedezé. Em particular, chamam atenção para a dinâmica de uso do território por seus ocupantes não-indígenas e as implicações da demarcação dessa terra indígena para a questão ambiental em uma escala mais ampla. Em paralelo à centralidade de Wedezé para os Xavante, pode-se também afirmar que a preservação dessa região se reveste de interesse para além do plano local/regional, uma vez que os frágeis ecossistemas localizados nessas áreas do Brasil Central estão em rápido processo de ocupação e destruição.