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Práticas terapêuticas entre indígenas do Alto Rio Negro: reflexões teóricas.

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A dissertação refere-se ao desenvolvimento de uma pesquisa em Psicologia Clínica a respeito de crenças, concepções de doença e tratamento entre populações indígenas da Amazônia brasileira, na região do Alto Rio Negro. Inicialmente, apresenta um estudo a respeito destas concepções a partir de relatos e de levantamentos etnográficos feitos por historiadores e etnólogos que já investigaram estas populações. Em seguida, correlaciona conceitos provenientes da Psicologia e da Psicanálise, em especial a Teoria das Relações Objetais - fazendo uso dos conceitos de Inconsciente, Cisão, Identificação Projetiva, Projeção de Partes da Personalidade, Bom e Mau Objeto -, com os derivados da Antropologia. Apresenta três situações clínicas. Na primeira, descreve uma sessão de cura (dores nas costas) conduzida por um pajé da etnia Tukâno. Na segunda, detalha o trabalho de preparação e de ação terapêutica realizado por um pajé da etnia Wanâna ao tratar do joelho de seu paciente. Ambos os pajés vivem na cidade, sede do Município de São Gabriel da Cachoeira (AM). A terceira situação refere-se à cerimônia de Hekuramou, 'contatos com os espíritos', entre indígenas Ianomâmi, na aldeia de Maturacá, região de fronteira entre o Brasil e a Venezuela. As três sessões foram filmadas e fotografadas sob permissão. O objetivo principal desta pesquisa em Psicologia Clínica foi validar os rituais de cura pesquisados como elementos culturais significativos e ressaltar importância da manutenção destas tradições como elementos estruturantes da identidade individual e étnica.