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O arco e o fuzil: a convivência entre os Ye’pâ-Masa e os militares do Exército Brasileiro em Pari-Cachoeira, Noroeste Amazônico.

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A tese aborda a convivência entre indígenas e militares a partir do povoado de Pari-Cachoeira, no Rio Tiquié, Alto Rio Negro, Brasil, próximo à fronteira com a Colômbia. De composição multiétnica, mas “chefiado” pelos Ye’pâ Masa (Tukano) do clã Ye’parã Panicu, nos quais o trabalho se foca, Pari-Cachoeira abriga, desde a década de 90, um Pelotão Especial de Fronteira, onde atuam entre trinta e sessenta homens de diversos pontos do Brasil. Tomando o ponto de vista dos indígenas como fio condutor, a pesquisa explora os impactos da convivência em vários aspectos, como as redes de poder, espacialidade, relações de parentesco, hierarquia, gênero e cosmopolítica. As relações cotidianas com os não-indígenas, chamados de pekasã, ensejam estratégias que privilegiam o estabelecimento de canais de negociação e de uma ética que distingue convidados de anfitriões, cuidadosamente construída a partir das experiências pregressas dos indígenas com as frentes de contato, como os patrões do sistema extrativista ou com a missão salesiana, instalada na comunidade na década de 40. Tais cuidados, contudo, não bastam para suprimir o risco de conflitos que eventualmente eclodem no cotidiano.