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Fronteiras invisiveis: territorios negros e indigenas no Ceara.

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Nos anos 80, no estado do Ceara, grupos indigenas "reapareceram" e agrupamentos negros foram "descobertos". O senso comum de que "no Ceara nao ha indios, nem negros" incide na historiografia regional e pode ser lido neste trabalho como uma tradicao inventada: um discurso sobre o espaco que reserva para indios e negros a condicao de invisiveis. A pesquisa entre os Tremembe de Almofala e os Caetano de Conceicao, aponta que em tais coletividades, uma indigena e outra negra, a auto-representacao de cada grupo e de seu territorio nao se resume a questoes de terra e identidade, pois remete a um acervo que se transforma: parentesco, memoria, oralidade, repertorio estetico, divergencias internas, relacao de alteridade e insercao no cenario regional. As fronteiras etnico-territoriais estao em movimento.