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Xavantes contestam Juruna

O Estado de São Paulo (São Paulo/SP)
07 de Ago de 1980

O cacique Juruna ouviu, constrangido e em silêncio, as contestações sobre sua viagem à Holanda de três índios reunidos pela Funai. O líder xavante chegara acompanhado pelos deputados Modesto da Silveira e Gilson de Barros, o que irritou Nobre da Veiga, presidente da Fundação.
Os três chefes xavante, Uarodi (reserva Pimentel Barbosa), Gabriel (Culuene) e Adão (Areoes) elogiaram a Funai defendendo sua atuação nas aldeias e atendimento de suas solicitações, ''coisa que deputado nunca fez'. Juruna permanece calado, afirmando que não se tratava de assunto para debater em meio de "brancos".
Nobre da Veiga expõe, ainda, que o governo brasileiro não pode admitir a intervenção de um tribunal particular nas questões internas do país. Juruna, entretanto, defende que a Funai quer enfraquecê-lo, temendo suas denúncias no Tribunal.
Modesto e Gilson argumentam em favor de Juruna, discorrendo que a decisão fora política e não jurídica ou humanista e que a Funai estaria condenando a política indigenista brasileira.

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