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Volume útil do Cantareira pode secarem agosto

OESP, Metrópole, p. A23
20 de Fev de 2014

Volume útil do Cantareira pode secarem agosto
Risco é apontado por comitê anticrise, que recomenda à Sabesp definir plano emergencial para uso do volume morto do sistema

Fabio Leite

O comitê anticrise criado para monitorar a situação do Sistema Cantareira aponta em seu primeiro relatório que, no pior cenário de estiagem, a água do volume útil do principal manancial que abastece a Grande São Paulo e a região de Campinas pode acabar no fim de agosto.
Diante do quadro de escassez, o grupo recomenda que a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) defina um plano emergencial para eventual uso do volume morto, cerca de 400 milhões de metros cúbicos que ficam no fundo do reservatório.
O relatório foi divulgado ontem após uma semana de análise das condições atuais do Cantareira e simulações feitas com base em dados da série histórica de chuvas e captações de água. Foi a partir dessas informações que o grupo coordenado pela Agência Nacional de Águas (ANA) e pelo departamento de Águas e Energia Elétrica de São Paulo (DAEE) traçou três cenários possíveis até o fim do ano. No quadro mais crítico, que considerou as médias mensais de afluência no manancial de 1953, o pior ano da história, o volume útil do Cantareira se esgotaria em 6meses.
"Em razão das incertezas inerentes aos cenários futuros e da avaliação apresentada sobre a severidade da atual escassez hídrica, o Grupo de Trabalho recomenda à Sabesp que ela defina um plano emergencial de intervenções necessárias para o eventual aproveitamento de volumes disponíveis nos reservatórios do Jacareí e do Atibainha", diz o relatório.
A preocupação é mais do que válida porque, segundo o próprio relatório, a vazão média registrada no Cantareira em janeiro (14,3 metros cúbicos por segundo) e fevereiro (9metroscúbicos até o dia 18), meses tradicionalmente de muita chuva, está bem abaixo da média mensal registrada em 1953, que foi de 21,8 metros cúbicos por segundo.
Em 2013,a média,já considerada baixa, foide25,7metroscúbicos.
Só neste mês, que até agora teve uma retirada média de água de 33 metros cúbicos por segundo, o déficit parcial é de 24 metros cúbicos.
Nos três cenários traçados pelo comitê, o nível do Cantareira já estará em 16,4% da capacidade no dia 1.o de março. Ontem, a medição apontava volume de 18,2%, que já é o mais baixo da história. Se a afluência média da série histórica (1930-2013), que é de 39,5 metros cúbicos por segundo, e a retirada média de água do período de 2012-2013 se mantiverem em torno de 32,5 metros cúbicos por segundo, o volume útil do Cantareira chegará a 17% em novembro, um quadro mais improvável, uma vez que a tendência é que chova menos nos próximos meses.
Captação. Outra hipótese traçada foi com 83% das afluências médias mensais da série histórica e mantido o índice de retirada de água. Neste cenário, o volume útil chegaria a 3% em novembro, quando começaria a próxima temporada de chuvas.
O documento diz que, até o dia 18, as captações de água para a região de Campinas estavam estabilizadas por causa das chuvas no fim de semana e pela liberação de mais 1 metro cúbico por segundo a partir de segunda-feira.
Em nota, a Sabesp disse que "está estudando a melhor alternativa para o uso do volume morto do Sistema Cantareira" e que ainda não há definição sobre prazo e custo da implementação do método de captação profunda de água.

OESP, 20/02/2014, Metrópole, p. A23

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