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Variação cambial eleva royalties da Petrobras

Jornal do Commercio-Manaus-AM
Autor: Lilian D'Araújo
13 de Mar de 2003

Pelos cálculos da UN-BSOL (Unidade de Negócios da Bacia do Solimões), este ano o volume de royalties a serem pagos pela Petrobras deve ultrapassar a média de 2002, por conseqüência da oscilação do dólar e dos constantes aumentos no preço do barril de petróleo. "O barril é comprado em dólar. Nessa conta, temos dois índices suscetíveis já que são influenciados diretamente pelas reações do mercado", explicou Bento Daher Júnior, gerente- geral da unidade em Manaus.

Essa operação traz desvantagens para a estatal mas, ao mesmo tempo, é benéfica para os que recebem os valores dos royalties, no caso o governo do Estado e o município de Coari (onde está situada a unidade produtiva de Urucu). O volume do pagamento dos royalties referente ao mês de janeiro deste ano foi de, aproximadamente, R$ 12 milhões, entre o Estado e o município.

Estimativa otimista

A estimativa é que este ano se ultrapasse os R$ 100 milhões em royalties, levando-se em consideração as incertezas do setor petrolífero internacional. Trata-se de um crescimento de cerca de 20% com relação ao ano de 2001, quando a cota repassada pela Petrobras ao Estado e ao município de Coari chegou a um total de R$ 79 milhões, sendo que em 2002 esse total aumentou para, aproximadamente, R$ 83 milhões. "Como o final do ano passado foi marcado por tensões cambiais, que se estenderam até os primeiros meses deste ano, a tendência é que a moeda americana permaneça em alta na cotação. A tendência é a cota de royalties aumentar", reconhece Daher Júnior.

Petrobras recupera pista

Visando colaborar com o projeto estadual de regionalização do desenvolvimento, a Petrobras fechou um convênio ontem, 12, com a Prefeitura de Carauari para o fornecimento de material para a recuperação e recapeamento da pista de pouso do aeroporto do município. O convênio, que envolve investimento de mais de 100 mil por parte da estatal, foi solicitado pela prefeitura após avaliação da equipe de transportes da Petrobras que constatou situação de perigo no local.

A análise parcial feita pela Petrobras, indicou que a pista do aeroporto de Carauari, localizada a 702 quilômetros de Manaus, necessitava de reparos no asfalto e recuperação de diversos buracos e fendas existentes na pista de 1.665 metros de comprimento, principal via de acesso à cidade. "Além de melhorar a segurança no setor aéreo do município, esse convênio vem abrir novas possibilidades de parcerias com a Petrobras também em outros segmentos econômicos", observou Bruno Litaiff, prefeito de Carauari. "Além de fornecer material asfáltico, a Petrobras contribui com o desenvolvimento do município, uma vez que muitas empresas que prestam serviço em Urucu contratam mão-de-obra do município".

Fornecimento de asfalto

Pelo convênio assinado, a Petrobras deve fornecer 146 toneladas de asfalto para recuperar a pista. De acordo com o gerente-geral da UN-BSOL (Unidade de Negócios da Bacia do Solimões), Bento Daher Júnior esta parceria é mais um dos trabalhos desenvolvidos pela Petrobras em Carauari, que já abrigou uma unidade de extração da estatal, há cerca de 15 anos, quando foi localizada uma reserva de gás natural na região, atualmente desativadas.

"Trata-se de uma forma de compensar o município pelas transformações ocorridas em virtude da atuação da Petrobras no município há alguns anos", comenta Bento Daher, esclarecendo que o aeroporto é fundamental no bom desempenho das atividades da unidade produtiva de gás em Urucu. Atualmente, 200 passageiros movimentam o aeroporto em 4 vôos por semana. Segundo informações da prefeitura de Carauari, o município de 30 mil habitantes contribui com 60% (o equivalente a 800 pessoas) da mão-de-obra de Urucu que, hoje, emprega 1,3 mil trabalhadores. O custo médio do material fornecido pela Petrobras é de R$ 140 mil.

Gasoduto pode ser construído

Quanto às reservas de gás localizadas no Juruá (próximas a Carauari) que foram desativadas pouco antes de se desenvolver a usina de Urucu, a Petrobras explica que na época havia dificuldades de extração transporte do produto até os distribuidores.

"A situação da extração e da comercialização do gás natural no Amazonas está começando a melhorar, com os indicativos do novo governo estadual que pretende viabilizar o gasoduto e disponibilizar o gás a todo o Amazonas. Com isso, poderemos detectar novas reservas e reativa ainda a do Juruá", ressalta o gerente- geral da unidade.

A importância desta reserva, especificamente, na avaliação de Bento Daher, está no potencial de seu produto que poderá ser aproveitado na industrialização de gás de cozinha. "O Amazonas tem um diferencial com relação à produção de gás natural: o volume da extração.
Podemos fornecer 4 milhões de metros cúbicos por dia de energia para o Estado", garante

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