VOLTAR

Vale do Jari vai ter usina hidrelétrica

Jornal do Dia -Macapá-AP
09 de Jun de 2003

Agora vai. A região sul do Amapá, o chamado Vale do Jari, deve mesmo ganhar uma usina hidrelétrica, que vai herdar o nome das cachoeiras de Santo Antônio. A notícia, considerada uma redenção econômica para o Amapá, foi confirmada ontem pela direção do Grupo Orsa - controlador da Jari Celulose -, bem como pela Eletronorte, que vai adquirir 70% da produção da nova usina. As informações são da assessoria de comunicação do Ministério Público Estadual.
Em viagem a São Paulo, o procurador-geral de Justiça do Amapá, Jair Quintas, ouviu pessoalmente do empresário Sérgio Amoroso, presidente do Grupo Orsa, que as coisas finalmente caminham para a concretização da importante obra. "Desde que adquirimos a Jari iniciamos as providências para a construção da hidrelétrica", disse Amoroso.
Segundo o executivo, a produção hidráulica de energia vai reduzir drasticamente os custos de produção da celulose, tornando seu valor mais competitivo para colocação no mercado internacional. A Jari Celulose tem capacidade de produção anual na ordem de 300 mil toneladas de celulose de eucalipto.
O gerente regional da Eletronorte no Amapá, Antônio Pardauil, disse que a estatal agora é "parceira" da Jari Celulose para obter a liberação do financiamento junto ao BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). O custo da obra está estimado em R$ 280 milhões. "Em noventa dias a parte burocrática estará resolvida e poderemos nos preocupar apenas com a realização da obra", disse Pardauil.

Meio ambiente
O dirigente do Ministério Público Estadual (MPE), Jair Quintas, disse a Sérgio Amoroso que a instituição está vigilante com relação a emissão de gases pela fábrica de Munguba. "A indústria fica no lado paraense mas prejudica a população de Vitória do Jari, no lado amapaense", argumentou Quintas, que já esteve pessoalmente verificando o problema. Sérgio Amoroso confirmou para o segundo semestre desse ano a instalação de novos filtros especiais, para pôr fim à produção de fuligem. "Nenhuma substância prejudicial à saúde é lançada no ar. Já o cheiro vai diminuir, mas não há como acabar. Toda fábrica de celulose tem esse cheiro", ponderou. Os filtros custaram R$ 6 milhões.
Amoroso também elogiou o novo perfil empreendido pelo Ministério Público em sua atuação, especialmente os programas sociais que vêm sendo desenvolvidos. "Esse também é um compromisso do nosso grupo, tanto que criamos em 1994 a Fundação Orsa que luta pela redução da desigualdade e da injustiça social no país", explica Sérgio Amoroso. A fundação tem como orçamento o equivalente a 1% do faturamento bruto da empresa, e tem como meta a promoção da formação integral da criança e do adolescente em situação de risco pessoal e social. A Fundação Orsa deverá agora ser parceira do MPE na realização de seus programas sociais.

As notícias aqui publicadas são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.