Gazeta de Cuiabá-Cuiabá-MT
Autor: Keka Werneck
02 de Mai de 2003
Atingidas pela barragem, elas querem um sítio para plantar e um salário emergencial
Centenas de famílias retiradas de suas terras, onde hoje é a barragem da Usina de Manso, ainda não foram assentadas em outra área.
Para o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), elas são 719. Mas Furnas Centrais Elétricas só considera que foram atingidas as 400 famílias já assentadas.
Um dos coordenadores do MAB, Paulo Fernandes, avalia que não houve muito avanço, na reunião de ontem, entre representantes das famílias, de Furnas e do Instituto de Colonização e Reforma Agrária (Incra), que durou mais de cinco horas.
O superintendente do Incra, Leonel Wohlfahrt, está imediando este processo de assentamento das famílias que ainda estão sem-teto e sem-terra. Na próxima quarta-feira, dia 7, quando haverá outra reunião entre as três partes, Wohlfahrt já deve apresentar aos coordenadores do MAB uma lista com áreas públicas da União, onde elas poderão viver e voltar a plantar.
Outra questão pleiteada pelas famílias do MAB é o retorno do dinheiro mensal que foi pago por Furnas a elas, durante um ano, benefício conquistado através de diversas manifestações. O "salário" foi cortado, segundo Paulo Fernandes, em dezembro. Desde então, as famílias estão "se virando como podem", inclusive as 341 já assentadas, pois essas não conseguem produzir, pois a terra que receberam é muito arenosa.
Os três representantes de Furnas, que participaram da reunião, não disseram sim ou não, diante das reivindicações das famílias. Vão levá-las à diretoria e qualquer resposta só será dada na reunião do dia 7.
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