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Trump volta para casa sem resposta sobre Acordo de Paris

O Globo, Sociedade, p. 42
28 de Mai de 2017

Trump volta para casa sem resposta sobre Acordo de Paris
Presidente americano tuitou que decisão final virá esta semana

Depois de três dias de debates e da pressão de líderes europeus e até mesmo do Papa Francisco, o presidente americano Donald Trump não endossou o Acordo de Paris sobre mudanças climáticas, usando o Twitter para afirmar que anunciará a sua decisão em breve:
"Eu farei minha decisão final sobre o Acordo de Paris na próxima semana!", tuitou Trump ao final da reunião do G7, ontem, na Itália. Caso deixem o acordo, os Estados Unidos serão o primeiro dos 195 países signatários a fazê-lo.
As seis outras nações que integram o G7 divulgaram um comunicado conjunto em que reafirmaram o seu compromisso em reduzir a emissão de gases do efeito estufa:
"Os EUA estão em processo de revisão de suas políticas sobre mudanças climáticas e sobre o Acordo de Paris. Portanto, não estão em posição de se unir ao consenso sobre esses temas", afirma o comunicado. "Compreendendo este processo, os chefes de Estado e de governo do Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão e Reino Unido e os presidentes do Conselho Europeu e da Comissão Europeia reafirmam o seu forte empenho em implementar rapidamente o Acordo de Paris".
Segundo fontes da Casa Branca, Trump está adquirindo uma visão mais "informada" e "em evolução" sobre o acordo. O republicano teria ficado impressionado com o argumento dos líderes europeus sobre a importância crucial dos EUA nos esforços para lidar com as mudanças climáticas:
- Ele veio aqui para aprender e para ficar mais esperto - disse o assessor econômico do americano Gary Cohn.
REPUTAÇÃO AMERICANA EM JOGO
Os líderes da Alemanha e da França mostraram-se desapontados com o adiamento da decisão de Trump.
- A discussão sobre o clima foi muito difícil, para não dizer insatisfatória - afirmou a chanceler alemã Angela Merkel. - Temos uma situação de seis, sete se incluirmos a União Europeia, contra um.
Já o presidente francês Emmanuel Macron contou ter dito a Trump em uma reunião separada que o comprometimento com o acordo climático é "indispensável para reputação dos Estados Unidos e dos americanos."
Já durante a campanha presidencial, no ano passado, Donald Trump militava abertamente contra o Acordo de Paris, tendo inclusive classificado o aquecimento global como uma farsa inventada para frear o crescimento americano. Pelos termos do acor do - que passou a vigorar em 4 de novembro de 2016, quatro dias antes das eleições americanas - os países signatários se comprometeram pelos próximos quatro anos.
Mesmo se Trump cumprir sua promessa de campanha de abandonar o tratado, o Acordo de Paris seguirá em vigor. Mas essa medida certamente dinamitaria o processo de negociação. Muitos países poderiam se sentir tentados a abandonar a mesa ou atrasar a aplicação de seus compromissos, já que o segundo maior poluidor mundial não estaria mais comprometido a reduzir suas emissões.
A China, responsável por 29% das emissões globais de gases de efeito estufa, se comprometeu a levar adiante o combate às mudanças climáticas, independente da posição de Washington.

O Globo, 28/05/2017, Sociedade, p. 42

https://oglobo.globo.com/sociedade/ciencia/meio-ambiente/trump-anuncia-…

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