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Tríplice proposta molda nova matriz econômica e ambiental do Amazonas

Portal Amazônia - http://portalamazonia.com
Autor: Clarissa Bacellar
01 de Mar de 2016

Fórum levanta demandas sobre o meio ambiente. Governador do AM sugere aportes na piscicultura e fruticultura, em C&T e recuperação da BR-319

Investimentos na piscicultura e fruticultura, em ciência e tecnologia e na recuperação da Rodovia BR-319 fazem parte da tríplice que baseia a proposta do novo modelo econômico e ambiental para o Amazonas. Estes são os eixos propostos pelo governador do Amazonas, José Melo, durante o 'Fórum Matriz Econômica Ambiental do Amazonas', promovido na manhã desta terça-feira (1) pelo governo do Estado no município de Rio Preto da Eva.

O evento, que segue com palestras até esta quarta-feira (2), busca discutir com a sociedade civil, representantes de ONGs e ambientalistas, as bases de construção de um modelo que atenda de forma sustentável as necessidades econômicas do Estado. Segundo Melo, que abriu o evento para explicar as diretrizes políticas da proposta, as bases escolhidas refletem a possibilidade da nova matriz de forma sucinta.

A ideia é que a matriz seja uma alternativa à Zona Franca de Manaus. "Nós resolvemos criar uma matriz de desenvolvimento sustentável diferente. Uma matriz que pudesse contemplar as riquezas que Deus colocou na terra de forma sustentável. O que propomos é desenvolver um projeto de piscicultura, de produção de frutas tropicais que vão dar aos nossos homens e mulheres uma nova forma de atividade econômica", afirmou.

"O que propomos também é a utilização das nossas riquezas regionais para surgir dois grandes pólos: o de cosméticos e a mudança da matriz de produção de medicamentos, com a criação de um pólo produtor de fármacos", completou o governador.

Três eixos

Como citou o governador, os três eixos propostos abrangem as principais atividades econômicas do Estado. Além de reforçar o ideal de produção de peixes, Melo destacou o 'Trecho do meio' da BR-319 (entre o Km 250 a Km 650 da rodovia que liga o Amazonas à Rondônia) como o ponto com mais ideais de proteção. O governador defendeu o fato de que a estrada consegue ligar o Amazonas a outros estados para melhorar sua logística e, por conseguinte, a economia.

"No trecho do meio moram pessoas que ao longo da existência não feriu o meio ambiente. Então é nosso dever encontrar uma solução do ponto de vista econômico e social de sustentabilidade. O que a gente quer é construir uma estrada que abra o caminho para o resto do País, integrando e abrindo uma porta logística onde nossos produtos saiam, mas com a garantia de que o trecho do meio permaneça como está", discursou na palestra de abertura.

O governador citou como possíveis medidas de proteção do trecho citado, câmeras para monitoramento, efetuado pelo exército na garantia da fiscalização, e renovar o trecho com cercas e passagens para os animais.

O secretário de Estado do Meio Ambiente (Sema), Antonio Stroski, afirmou, assim como o governador, que o fórum tem a intenção de ouvir as demandas tanto dos produtores quanto dos trabalhadores para a consolidação das bases. "Estamos em um processo construtivo da matriz considerando aquilo que é a maior expectativa da população, principalmente da agricultura familiar, em que mais de 90% do nosso Estado é esse o perfil", lembrou e justificou: "O meio rural do nosso Estado é um grande potencial para aquilo que precisamos para superar a fragilidade deste momento da economia brasileira".

"A construção participativa nos assegura uma possibilidade muito consistente de que a gente consiga os resultados que pretende", garantiu José Melo.

Desafios

Para tanto, cooperações internacionais também fazem parte da iniciativa, considerada o maior desafio pelo governador. "Convencer a comunidade internacional de que vale a pena investir no Amazonas, em uma atividade sustentável, para que o produto possa sair daqui e ter a 'grife' da sustentabilidade lá fora. Este é o desafio maior", ponderou.

Melo destacou, no entanto, outros entraves: "Outro grande desafio é a massa crítica, a ciência e tecnologia, que temos que agregar para que possamos ter o convívio com a natureza sem atividades que possa feri-la. O terceiro são os fundos de investimentos, que queiram investir aqui".

O coordenador do Programa Amazônia da WWF Brasil, Marco Aurélio, concorda que este é um momento desafiante. "É evidente que é um momento chave para o Estado, de pensar nessa nova matriz e acho que está muito alinhado aos interesses civis de pensar em uma matriz de proteção ambiental, mas ao mesmo tempo que seria de produção sustentável. É, principalmente, trazer para a pauta uma nova economia, principalmente para o interior, para as populações tradicionais", afirmou.

"Estamos empenhados em apoiar os esforços tanto do governo quanto da sociedade civil contra a degradação ambiental no Estado, como o desmatamento. Nosso interesse é muito de encontrar esses mecanismos para que a gente possa proteger as unidades [de conservação] e ao mesmo tempo como agregar uma pauta de produção sustentável", assegurou o coordenador.

O fórum é realizado no hotel Amazônia Golf Resort, no quilômetro 64 da rodovia AM-010 (no município de Rio Preto da Eva) e conta com a presença de cerca de 90 convidados de organizações não governamentais (ONGs), secretários de Estado, técnicos,embaixadores, além de representantes da Agência Alemã de Cooperação Internacional (GIZ). O encontro precede as atividades que estão previstas para serem realizadas no mês do Meio Ambiente, junho deste ano.

O evento tem como base os princípios estabelecidos pela Política Estadual de Serviços Ambientais, sancionada em dezembro de 2015, criado a partir dos encontros na 21ª Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas (COP 21), realizada em Paris, na França.

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