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Tocantins aciona Exército e Rondônia recebe ajuda de MS no combate ao fogo

OESP, Vida, p. A18
24 de Ago de 2010

Tocantins aciona Exército e Rondônia recebe ajuda de MS no combate ao fogo
Governo do Acre proíbe qualquer tipo de queimada, mesmo as já autorizadas por órgãos ambientais; em Mato Grosso, municípios enfrentam crescimento de até 130% nos atendimentos de crianças entre 5 e 12 anos na rede pública de saúde

Jocyelma Santana, Gabriela Cabral, Nayanne Santana, Fatima Lessa e Carlos Mendes, Especial Para o Estado

A falta de estrutura para o combate das queimadas, que ganham força nesta época do ano, fez com que o Exército fosse acionado no Tocantins, onde o número de focos ultrapassa 5,6 mil. Já Rondônia recebeu o auxílio de Mato Grosso do Sul, que enviou 35 brigadistas para a região de Cujubim, a 150 quilômetros da capital. De janeiro até agora, o Estado registrou 832 focos - um aumento de 400% em relação ao mesmo período de 2009.
Em Palmas, capital de Tocantins, órgãos ligados ao meio ambiente se reuniram ontem com o 22. Batalhão de Infantaria do Exército para traçar estratégias de combate aos incêndios. O fogo já acabou com 10 mil quilômetros quadrados da Ilha do Bananal, no Parque Nacional do Araguaia - a maior ilha fluvial do mundo.
Ontem, dois homens foram encaminhados à Delegacia Estadual do Meio Ambiente, na capital, sob a acusação de terem ateado fogo em terrenos particulares. Eles responderão ao processo em liberdade e poderão pegar de três meses a um ano de prisão, além de estarem sujeitos a multa de até cem salários mínimos.
Em Rondônia, representantes do Ministério Público Federal e Estadual instauraram procedimentos de investigação e requerem dos órgãos ambientais a apuração das causas das queimadas. Desde o início do mês, a fumaça compromete a visibilidade nas navegações, estradas e no Aeroporto Governador Jorge Teixeira, que chegou a suspender pousos e decolagens.
O Acre também sofre com os efeitos da fumaça que encobriu os principais municípios do Estado. Na tentativa de evitar a piora da situação, o governador Binho Marques assinou decreto proibindo qualquer tipo de queimada, inclusive as autorizadas por órgãos ambientais. A estiagem também reflete no abastecimento de água da capital acreana. A ausência de chuvas no último mês fez com que o Rio Acre, principal manancial de abastecimento de Rio Branco, apresentasse baixo nível, comprometendo a captação de água.
Saúde. As queimadas também têm afetado a saúde das populações que moram nas proximidades. Em Alta Floresta, a 812 quilômetros de Cuiabá, em Mato Grosso, houve um crescimento em 130% nos atendimentos de crianças entre 5 e 12 anos na rede pública.
Em Sinop, o aumento foi de 40% e em Marcelândia, 20%. As principais doenças são respiratórias e alérgicas.
De junho a julho, a Secretaria do Meio Ambiente de Mato Grosso realizou 431 autos de infração por causa de queimadas. O número é superior ao aplicado no período de julho a setembro de 2009, quando foram lavrados 240 autos, gerando multas no valor de R$ 220 milhões.
Dificuldade. Os maiores focos de incêndio da Amazônia estão localizados na região conhecida como Terra do Meio, uma imensa área do centro do Pará que se estende por um raio de 8 milhões de hectares, entre os municípios de São Félix do Xingu, Altamira e Novo Progresso. A precariedade dos equipamentos dos bombeiros e a dificuldade de deslocamento entre as fazendas dificultam o combate aos focos. Os rios estão secos.

Crime ambiental
35.260 focos de queimadas foram registrados no Brasil do início do ano até ontem, segundo o satélite Noaa 15, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais 17.356
foi o total de focos no Brasil no mesmo período em 2009

OESP, 24/08/2010, Vida, p. A18

http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20100824/not_imp599384,0.php

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