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Teleférico é 'start' à megaestrutura

Diário de Cuiabá - www.diariodecuiaba.com.br
Autor: RENÊ DIÓZ
13 de Jun de 2009

O turista que antes visitava Chapada dos Guimarães para se limitar à contemplação da natureza deve passar a interagir com o verde, as águas e a altitude do local a partir de 2010. Ou pelo menos passará a ter estrutura para tanto. Nesta segunda-feira, inicia-se um dos primeiros empreendimentos previstos para valorizar as atrações naturais da Chapada. A 400 metros do chão, um teleférico de R$ 5,9 milhões ligará dois paredões do complexo de cânions, trazendo a natureza para mais perto do visitante e qualidade ao pouco estruturado turismo local.

Do alto do teleférico, o visitante poderá ter, com segurança, uma das vistas mais privilegiadas de Chapada - região da Ponta do Campestre, já compartilhada pelo mirante de uma das mais conhecidas pousadas do município de Chapada dos Guimarães (a 65 quilômetros de Cuiabá). Os cabos controlados por computadores vão se estender por cerca de um quilômetro e, segundo estima o titular da Secretaria Estadual de Turismo (Sedtur), Yuri Bastos, "será o teleférico mais bonito do Brasil, tirando o do Rio de Janeiro, se não o mais longo em extensão". Os bondes serão fechados e terão capacidade para quatro pessoas.

"Contemplar já era", sentencia o secretário, entusiasmado com o conjunto de R$ 15 milhões em obras - nas quais se inclui o teleférico, considerado o primeiro produto turístico mato-grossense - recentemente aprovadas que devem impulsionar o turismo chapadense e estimular ainda mais o visitante com a estrutura adequada. São projetos planejados por uma consultoria com preocupações ambientais e atenta às diretrizes do recém-aprovado Plano de Manejo do Parque Nacional da Chapada, unidade de conservação federal que compreende boa parte do que o turista conhece por Chapada.

Em resumo, para trazer a melhoria, o governo estadual entrará com a estrutura e as empresas particulares, com a operação das atividades comerciais do turismo. Assim como o teleférico, existem empreendimentos previstos para diversos pontos turísticos de Chapada cujas obras passarão por licitação e cuja operação comercial será viabilizada por concessão do governo às empresas (de preferência locais). Para capacitar a mão-de-obra que receberá os turistas, o governo conseguiu também um convênio de R$ 1,5 milhão com o Ministério do Turismo.

Bastos nega que os empreendimentos estejam sendo viabilizados por força da confirmação de Cuiabá como uma das cidades-sede da Copa de 2014. Os projetos, que não nascem da noite para o dia, já estavam sendo estudados junto à empresa de consultoria contratada, que também projetou obras para o complexo turístico das Cataratas do Iguaçu, no Paraná. Entretanto, só há cerca de 2 meses os empreendimentos foram aprovados pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), ligado ao Ministério do Meio Ambiente.

CARÊNCIAS - Informação ao turista, gastronomia e estrutura de apoio à visitação e comércio são alguns dos pontos fracos que podem ser observados no turismo praticado em Chapada.

Contemplando a vista do mirante do Centro Geodésico, o mochileiro de 32 anos, Rodrigo Spadotto, diz não ter conseguido um simples mapa da Chapada em um dia de procura. "Falta referência, a placa com o símbolo de Informação ao Turista nos lugares".

A professora Rita Lima, que levou a família de Jaciara para conhecer Chapada, sente falta de restaurantes que complementem com boa gastronomia a vista exuberante que se tem da natureza. Já o vendedor ambulante João Hugo de Pinho, 55 anos, que trabalha no mirante do Centro Geodésico, diz que "qualquer estrutura é bem-vinda. Em 20 anos, o que fizeram aqui foi colocar essas pedras (que demarcam as vagas para carros), que só servem para os drogados não descerem mais abaixo".

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