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Suruís são capacitados para fazerem o inventário de carbono com tecnologia da Google

Central de Notícias de RO - http://www.cnro.com.br/
Autor: Chicoepab Suruí
03 de Nov de 2010

Cerca de vinte guerreiros da etnia suruí, de várias aldeias da terra indígena 7 de setembro participaram do treinamento oferecido pelo IDESAM - Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável do Amazonas, em parceria com a ACT Brasil. O inventário da biomassa, carbono, vai ser feito utilizando a tecnologia Google. O sistema ODK - Open Data Kit.

A tecnologia android usa o sistema operacional criado pela google para a coleta de dados. O android reúne em um só aparelho o formulário de coleta, o GPS e a máquina fotográfica. Seis celulares Android foram doados pela empresa americana para a associação Metareila do povo indígena Paiter Suruí para o trabalho de medição para descobrir o potencial de carbono na terra indígena 7 de Setembro.

O projeto carbono suruí vem sendo desenvolvido há 10 anos pelos Suruí. Ainda não há comprador certo para o carbono Suruí. O preço oferecido ainda não é o ideal. Precisa antes fazer a validação do projeto carbono Surui. Uma reunião com o grupo Forest Trend ainda não marcada pode ajudar a definir essa questão.

O líder Almir Surui disse que o projeto carbono surui é o primeiro que está sendo desenvolvido diretamente por indígenas. "A nossa ação pode ganhar um reforço se for selecionada pelo projeto Petrobrás ambiental. Não se sabe ainda a quantidade de carbono que tem na nossa área", ressaltou Almir Surui ao destacar o trabalho que vem sendo feito na terra indígena 7 de Setembro. O trabalho em conjunto com ACT e Fundação Moore pode fortalecer o projeto REDD+ do carbono surui. O dinheiro desse projeto deve ser usado para investir em projetos dentro da própria terra indígena.

Sobre o ODK
O treinamento teórico durou três dias. Os indígenas aprenderam como usar o celular com formulário on line que será preenchido em campo e levado para o computador automaticamente. Agora a equipe está em campo realizando a coleta de dados. Foram escolhidos seis guerreiros Paiter que vão trabalhar diretamente na área juntamente com técnicos da ACT e do IDESAM. O trabalho em campo está previsto para ser concluído em 14 dias, pouco antes da primeira quinzena de novembro.

O trabalho em campo
Serão levantadas nove áreas no total, chamadas de parcela, escolhidas pelo sistema de sorteio. O uso do ODK tem o objetivo de fazer o inventário florestal de biomassa/carbono usando também bússola e GPS. O inventario florestal proporciona um conhecimento melhor da floresta, obtendo informações sobre quantidade e qualidade, ou seja, tipo de árvore, tamanho. Esse banco de dados vai ser cadastrado a partir do ODK com o uso de técnicas estatísticas e de amostragem. Cada parcela tem um hectare, sendo que quatro parcelas de 10x 250 - formam um conglomerado.

As parcelas
serão mistas: floresta densa, aberta com palmeira e aberta com cipó.

Existem vários tipos de inventário. O temporário ou ocasional, feito uma vez só. O censo florestal, quando se mede todas as árvores, ideal para áreas pequenas e o inventário permanente ou contínuo - que será usado pelo projeto carbono suruí que tem um período estimativo de 50 anos. Essa é a primeira experiência na terra indígena surui para a realização da estimativa de biomassa por período de tempo (2/3 anos) e estoques de carbono.

A estatística será feita por amostragem, sendo três parcelas em cada tipo de floresta. A variável principal para estimar a biomassa e a quantidade de carbono que tem em cada árvore é a DAP. O diâmetro será medido na altura do peito, independente da altura do agente de campo. A média é de 1,30m. A medição é feita pelo diâmetro da árvore, que ganha um nome e um número com plaquetas de metal. O local que foi usado na medida é pintado e o novo diâmetro é tirado de uma área acima da que está pintada. Nos levantamentos anteriores feitos pela equipe do IDESAM na Amazônia tem em média de 300 a 500 árvores por parcela. No caso dos suruí serão medidas apenas árvores com mais dd 10 cm de diâmetro ou 30 cm de circunferência.

Os dados coletados em campo vão ser levados para uma planilha Excel e compilados. O trabalho deve ser retomado no ano que vem. A intenção dos suruí é coletar dados de regiões mais isoladas da terra indígena, que estão mais preservadas e longe da pressão de invasores.

http://www.cnro.com.br/noticia.php?id=40379

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