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SP precisa de dois novos Cantareiras em 20 anos

FSP, Cotidiano, C9
14 de Mar de 2014

SP precisa de dois novos Cantareiras em 20 anos
Plano do governo indica custo de até R$ 10 bilhões e período curto para decisões
Obras essenciais de infraestrutura para as regiões populosas de São Paulo e Campinas sofreram atrasos

Eduardo Geraque De São Paulo

O governo de São Paulo vai precisar construir represas equivalentes a dois novos sistemas Cantareira até 2035 para que grande parte do Estado não fique sem água -principalmente as zonas metropolitanas da capital, Campinas e Baixada Santista.
O complexo de represas do Cantareira é considerado um dos maiores sistemas de abastecimento do mundo. Somente na Grande São Paulo, ele produz 30 mil litros de água por segundo para abastecer 8,8 milhões de pessoas.
O desafio, considerado difícil de ser atingido por especialistas do setor, consta de um grande estudo, contratado pelo próprio governo paulista e que demorou mais de cinco anos para ficar pronto.
As estimativas do relatório indicam a necessidade de um investimento exclusivo para isso que pode ir de R$ 4 bilhões a R$ 10 bilhões.
A conclusão do estudo, citado nos últimos dias pelo secretário Édson Giriboni (da pasta de Saneamento e Recursos Hídricos do governo Geraldo Alckmin), indica que haverá uma série de conflitos por água no Estado de São Paulo se nada for feito.
Ele menciona, de forma específica, uma corrida contra o tempo, que já começou.
Os estudos apontaram as obras necessárias para os anos de 2018, 2025 e 2030.
"Resta, portanto, um período curto para a tomada de decisões, realização dos estudos preliminares, detalhamento dos projetos básicos e executivos e imple- mentação de obras, serviços e intervenções", diz o texto do relatório feito pelo governo paulista.
Do papel para o mundo real, as diferenças existem.
A Sabesp, que inicialmente anunciou a inauguração do sistema produtor de água São Lourenço para 2016, agora diz que a obra será finalizada em 2018. Ele vai jogar mais 5 mil litros de água por segundo na rede da empresa de saneamento.
Outras duas barragens projetadas há anos para aumentar a reserva de água para a região de Piracicaba e de Campinas, no interior, também estão só no papel.
Apenas agora, no meio da crise de escassez hídrica na região, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) anunciou o início da desapropriação dos terrenos para a obra.
Segundo Mateus Simonato, geólogo da empresa Servmar, as próximas décadas não precisam apenas de obras de infraestrutura.
"Reduzir as perdas de água, mudar a cultura por parte da população e cobrar mais do setor industrial também são caminhos", diz.

Racionamento em Guarulhos afetará 1 milhão

De São Paulo

O serviço responsável pelo abastecimento de água de Guarulhos (Grande São Paulo) anunciou ontem a ampliação do racionamento na cidade.
A medida, que até então atingia 210 mil moradores, passa a valer para mais de 1 milhão de pessoas --a população total do municípios é de 1,3 milhão.
O anúncio ocorre no mesmo dia em que a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado) comunicou a redução de 15,5% no fornecimento de água para a cidade e para São Caetano do Sul. Guarulhos compra da companhia estadual 87% da água que distribui.
Foi anunciado também desconto na conta para quem reduzir o consumo. O racionamento na cidade começou em fevereiro.

Plano prevê menos investimento da Sabesp até 2016

De São Paulo

Os investimentos da Sabesp em abastecimento para 2015 e 2016 serão menores do que a previsão deste ano.
Em 2014, estão programados R$ 981,1 milhões. Em 2016, pelo plano de investimentos da empresa, R$ 784,4 milhões --20% menos.
A Sabesp argumenta que, apesar da queda desse valor pela estatal, haverá mais investimentos a cargo do setor privado, devido à PPP de R$ 2,21 bilhões para a manutenção da rede e a construção do novo sistema de abastecimento São Lourenço, no Vale do Ribeira, previsto para 2018.
"Quando da contabilização dos valores da PPP haverá um aumento, se considerado o valor médio ao longo dos anos", diz a empresa.
A Sabesp argumenta ainda que esse planejamento é de longo prazo e que, entre 2004 e 2012, os investimentos da empresa passaram de R$ 1 bilhão para R$ 2,5 bilhões.

FSP, 14/03/2014, Cotidiano, C9

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidiano/156374-sp-precisa-de-dois-no…

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidiano/156376-racionamento-em-guaru…

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidiano/156375-plano-preve-menos-inv…

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