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"Seria mais barato comprar outra área", diz prefeito de Faxinalzinho sobre tensão

Zero Hora - http://zh.clicrbs.com.br
13 de Mai de 2014

Prefeito de Faxinalzinho, Selso Pelin (PPS) é cético quanto à possibilidade de um acordo rápido entre agricultores e indígenas para o conflito agrário no município gaúcho. Desde esta segunda-feira em Brasília, onde participa da Marcha dos Prefeitos, Pelin conversou com ZH. Confira a seguir trechos da entrevista.

Como ficou o clima em Faxinalzinho após as prisões dos indígenas?

Criou um mal-estar, pois para alguns indígenas ficou o entendimento de que foi uma montagem da prefeitura e da Secretaria de Desenvolvimento Rural do Estado. O secretário Elton Scapini tentou se colocar na frente do cacique, mas o policial disse que se ele interferisse seria preso.

A operação ocorreu em um momento adequado?

A Polícia Federal cumpriu um mandado judicial. Segundo eles, não teria estratégia melhor do que prender ali, fora do acampamento, pois lá poderia ter um revide por parte dos índios. Agora, depois das prisões, estão falando na cidade que vim a Brasília fugindo, uma mentira.

O que o senhor veio fazer em Brasília?

Vim para Marcha dos Prefeitos, que estava agendada há meses. Por que eu estaria fugindo, se não fui ameaçado pelos indígenas? Não quero que ninguém tenha seus direitos desrespeitados. Inclusive, tentei hoje uma audiência com o ministro da Justiça (José Eduardo Cardozo) e fui recebido por uma assessora. Vou seguir tentando até sexta-feira, quando volto para Faxinalzinho.

E o que o governo passou para o senhor?

Pelo o que entendi, tudo leva para a demarcação. Só que os produtores já disseram que não saem das terras em hipótese alguma. O governo sinaliza indenizar apenas benfeitorias, mas um hectare na região vale R$ 60 mil e produz mil sacas de soja. Seria mais barato comprar outra área para os indígenas. Os ânimos estão controlados, mas o maior medo fica para depois que os policiais começarem a sair de Faxinalzinho.

O senhor acredita em uma resolução rápida da disputa?

Vamos esperar a reunião do dia 22, aqui em Brasília, com produtores e índios. Acho meio improvável que aconteça a conciliação de primeira mão. Talvez seja uma das tantas reuniões que a gente já teve e que vamos ter ainda.

http://zh.clicrbs.com.br/rs/noticias/noticia/2014/05/seria-mais-barato-…

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